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8 minutos de terror! Bombeiro que socorreu Sara Carreira conta tudo

A Televisão
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O relatório final da GNR revela mais pormenores sobre o que realmente aconteceu no trágico acidente ocorrido na tarde de 5 de dezembro de 2020, e que tirou a vida a Sara Carreira.

O relatório final da GNR revela mais pormenores sobre o acidente que tirou a vida a Sara Carreira. Joaquim Barbeiro, tentou socorrer a namorada de Ivo Lucas, mas já encontrou a filha de Tony Carreira sem vida.

Atualmente aguarda-se a abertura, ou não, da instrução no caso em que se apuram responsabilidades no acidente que tirou a vida a Sara Carreira. A revista TV Mais teve acesso a mais pormenores sobre o sinistro na A1, no sentido Santarém – Lisboa, que envolveu quatro viaturas e quatro condutores, todos eles foram constituídos arguidos neste caso.

De acordo com o relatório final da GNR, ao todo foram oito minutos de terror e pânico. As autoridades determinam em primeiro lugar, que se “apurou, através do visionamento dos vídeos do CCO-Brisa, toda a dinâmica do acidente que originou o presente inquérito, conseguindo-se separar a produção de cada colisão de forma individual, ou seja, o acidente divide-se por três colisões ocorridas em momentos diferentes“.

O relatório indica a hora exata do começo do pesadelo. “Apurou-se assim que a primeira colisão entre o veículo V1-Volvo [carro de Cristina Branco] e V2-VW Passat [carro de Paulo Neves] ocorre (…) à hora 18h43min44s, segundo o próprio relógio da gravação”. Seis minutos depois, Ivo Lucas, que conduzia o veículo de Sara Carreira, embate no carro de Cristina Branco. “Apurou-se que a segunda colisão entre o veículo V3-Evoque e V1-Volvo ocorre (…) à hora 18h49min57s, segundo o próprio relógio da gravação”.

É neste intervalo de minutos que passam vários veículos pelo carro da fadista Cristina Branco, mas que conseguem desviar-se. “Apurou-se que a segunda colisão ocorre exatamente passados 06min13s da primeira colisão e, neste período de tempo, quando já se encontrava o veículo V1-Volvo imobilizado em plena via de trânsito central, passam pelo menos 8 veículos, quer pelo lado direito (via da direita) como pelo lado esquerdo (via mais à esquerda), salientando-se que em mais do que uma ocasião deixa de haver trânsito a circular“, pode ler-se no relatório a que a TV Mais teve acesso.

As autoridades salvaguardam ainda que mais veículos, além desses oito, podem ter contornado o carro de Cristina Branco. “Apurou-se que entre o vídeo da primeira gravação e o segundo vídeo, segundo o próprio relógio, faltam 03min04s, ou seja, é expectável que neste período de tempo passem muitos mais veículos.

O último embate acontece quase dois minutos depois do capotamento de Ivo Lucas. “Apurou-se que a terceira colisão entre o veículo V4-Fiat Marea [carro de Tiago Pacheco] e V3-Evoque ocorre após 01min47s (…) à hora 18h51min12s, segundo o próprio relógio da gravação.”

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Sara Carreira Morreu Acidente A1

Discrepâncias nos horários

O relatório final da GNR ficou concluído quase um ano após o acidente devido à complexidade do mesmo e à minuciosa análise dos pormenores e detalhes que constituem o sinistro.

Uma das incongruências que as autoridades se depararam foi a discrepância dos horários nas fitas de tempo das entidades intervenientes no caso. O INEM recebeu uma chamada de Tiago Pacheco às 18h51, a mesma hora em que nas imagens da Brisa este colide com o carro de Ivo Lucas. “Apurou-se que a segunda chamada para o INEM via ‘112’ foi efetuada pelo condutor Tiago Pacheco, sendo registada às 18h51m, segundo a própria fita de tempo“, pode ler-se.

À mesma hora — 18h51 da fita de tempo da Brisa acende-se “um painel de sinalização de mensagem variável ao quilómetro 60+600, ou seja, 300 m antes do local do acidente” com a mensagem “Acidente 600 m, modere velocidade“.

Relato do bombeiro que socorreu Sara Carreira

Joaquim Barbeiro, que consta no processo na qualidade de testemunha, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local. Segundo o relatório da GNR, o bombeiro encontrou Sara Carreira já sem sinais vitais.

Segundo explicou o próprio, depois de ter ligado para o 112, “viu o corpo da ocupante do veículo, preso com o cinto de segurança, mas já caído para o exterior do veículo, sabendo posteriormente que se tratava de Sara“. O bombeiro referiu ainda que “o veículo” onde seguia Sara Carreira, e que era conduzido por Ivo Lucas “já não tinha porta” e que a jovem “tinha um pé preso na cave da roda”, adianta a referida publicação.

Joaquim Barbeiro seguiu depois as indicações que o INEM foi dando por telefone. “Cortaram o cinto de segurança e colocaram o corpo no chão. […] Durante esta intervenção, face aos conhecimentos que possui por causa da sua atividade profissional, tentou por diversas vezes encontrar pulso, sem êxito“, lê-se no relatório.

Mais tarde, o bombeiro ter-se-á encontrado com Tony Carreira depois deste o ter contactado. Já sobre Ivo Lucas, o soldado da paz, recordou que o namorado de Sara Carreira pensava tratar-se “de um sonho” e que dizia que “um amigo seu tinha falecido há cerca de dois anos”.

Condutor alcoolizado

Paulo Neves, o condutor do primeiro carro — com o qual a fadista Cristina Branco colidiu — acusou uma taxa de álcool no sangue de 1,18g/l. Este admitiu à GNR “ter ingerido bebidas alcoólicas no dia do acidente, tendo consumido juntamente com outra pessoa uma garrafa de vinho enquanto lanchavam”. Quando lhe foi “perguntado se tem por hábito a ingestão frequente de bebidas alcoólicas, respondeu que apenas consome vinho à refeição”.

Questionado sobre a razão de iniciar a marcha sabendo que as tinha ingerido “respondeu que se sentia bem, não notava em si qualquer influência do estado de álcool e nunca supôs que iria acusar uma TAS positiva”.

Este condutor admitiu ter sido, noutras ocasiões, “autuado pela DT [Divisão de Trânsito] do Carregado” por “conduzir com álcool” e ter estado envolvido em outros “um ou dois acidentes, mas só com danos materiais”.

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