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Ossman Idrisse: “Eu não sou um terrorista, não sou um radical islâmico”

"Não podemos ser todos rotulados, generalizados."

Ana Ramos
5 min leitura
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Ossman Idrisse esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, esta quinta-feira, na TVI, e falou sobre a polémica causada com alguns gestos que o ex-concorrente fez durante a sua participação no “Big Brother”.

“Com as palavras que escolhe, teve cuidado. Com os gestos é que nem sempre teve cuidado. Veio cá para fora e já percebeu que incendiou as redes sociais com aqueles gestos. Desvalorizei porque, numa discussão, aqueles gestos são evitáveis, mas, ali, acho que podem surgir”, começou por dizer o apresentador.

“O problema é que associamos estes gestos aos terroristas, aos radicais islâmicos. Quando fez esses gestos, que eu continuo a desvalorizar, porque acho que, no calor de uma discussão, podem surgir, não sentiu que poderiam ter sido uns gestos que o iriam prejudicar?”, questionou Manuel Luís Goucha.

“Não foram no calor das discussões. Eu sou animador e eu penso para mim: ‘Eu tenho de dar aqui um espetáculo’. Eu não sou um terrorista, não sou um radical islâmico! Imagine isso, eu sou um Lourenço Ortigão, sou um português”, explicou Ossman Idrisse.

“Já descrevi a situação. Estou eu e o Zé a falar e eles não apanham o contexto todo da conversa. Foi do tipo: ‘Nós vamos embora, nós vamos bazar, é o mais provável. Mas, se conseguirmos ficar, temos de entrar aqui… eu nunca iria fazer isto na vida sequer! Estou a brincar, nós estamos a rir: ‘Agora, onde é que está ele? Agora, o próximo és tu’. E eu estou a fazer para o Zé”, continuou Ossman Idrisse.

Em relação à repercussão que os seus gestos tiveram nas redes sociais, Ossman Idrisse comentou que vai “sempre achar injusto” e ficou “muito admirado”: “Não estou a gostar que o estejam a fazer comigo e ia detestar que o fizessem com o outra pessoa”.

“Lá em casa [do ‘Big Brother’] – esta é que é a grande diferença -, eles conhecem-me 24 sobre 24 horas e eu fico a achar que os portugueses também me conhecem, já sabem que eu sou um gozão, ele é um brincalhão”, confessou Ossman Idrisse.

Acerca da história da metralhadora, Ossman Idrisse afirmou: “É ele, estou a tentar montar uma personagem no Francisco Monteiro. Eu penso isto, eu falo a primeira vez no confessionário, a imagem dele – ‘ele é o Extreminador Implacável’”. “E aparece quando eu estou a discutir com ele e já é a segunda ou terceira vez que eu o estou a fazer, ou seja, eu nunca vou associar que eles vão associar à discussão. E não sou eu que disparo, sou eu a simular que é ele”, reforçou Ossman Idrisse.

De seguida, Manuel Luís Goucha quis saber a opinião do Ossman Idrisse, que é muçulmano, sobre os terroristas e radicais islâmicos.

“[Islão] não é isso. Nós condenamos. Chego cá fora, uma notícia tristíssima [a do conflito Israel-Palestina]. Sinto-me fútil porque tenho de estar a ver o que é que foi a minha prestação ali dentro, enquanto estão a acontecer atrocidades incríveis”, declarou.

“Nós, toda a vida, todo o muçulmano, em todo o lado, na mesquita, é-nos ensinado que isso está tudo errado. Isso não é o Islão, não nos identificamos com aquilo e não podemos ser todos rotulados, generalizados. Esse é o perigo”, continuou Ossman Idrisse.

“Imagine eu, estou ali super animado, a brincar. Então, mas lembrou-se de aparecer. Eu fiz 50 brincadeiras, agora, estas foram pegadas, foram extrapoladas… É uma discriminação que fazem associarem, generalizarem tudo”, rematou Ossman Idrisse, acreditando que tal situação contribuiu, “de certeza”, para a sua saída do programa.

Veja aqui uma parte da conversa.

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