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Miguel Sousa Tavares afirma: “A maior parte das pessoas já não quer ser informada”

Carolina Pereira
3 min leitura
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Miguel Sousa Tavares esteve à conversa com Cristina Ferreira sobre o fim da sua carreira de jornalista.

Miguel Sousa Tavares esteve na emissão desta terça-feira, 14 de setembro, de ‘Cristina ComVida’, onde falou um pouco sobre o jornalismo e a decisão de terminar a sua carreira de 45 anos.

Questionado sobre se sentia que este era o momento de “sair”, o jornalista respondeu que já sabia que ia terminar agora, que termina também o contrato com a TVI. Quanto às razões que o levaram a tomar tal decisão, explicou:

Uma natural que é, já fiz 45 anos de jornalismo, já chega. Outra não tão natural, porque o jornalismo pressupõe que a gente preste um serviço aos outros, que é dar informação os outros, e eu acho que hoje em dia a maior parte das pessoas não quer ser informada, pelo menos através dos jornalistas, prefere ser desinformada através das redes sociais e estão contentes com isso“, afirmou.

Admitiu ainda que essa desinformação lhe traz mágoa, e lamentou que se viva numa era de notícias falsas e opiniões sem fundamento.

O olhar não mente (…) é preciso estar atento e a atenção é uma das coisas que define um bom jornalista“, concluiu.

A ausência nas redes sociais

Miguel Sousa Tavares não tem redes sociais, o que lhe dá “tempo” e afirma que não se aborrece com o que escrevem sobre si.

Eu acho que tenho uma vida invejável, e a coisa mais invejável que eu tenho é a minha liberdade. Não é para me gabar, mas eu acho que sou das pessoas mais livres que conheço, e essa liberdade também depende muito de não ter redes sociais“, começou por dizer, lamentando o reflexo que as mesmas podem ter na sociedade.

Preocupa-me em termos de sociedade, por exemplo, isto que se passou agora com o Ferro Rodrigues e depois ver a reação dos leitores [no jornal online]: aquilo é nojento, é simplesmente degradante, espero que não seja um exemplo da maioria do que somos, porque se for é altamente angustiante“, concluiu.

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