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Margarida Menezes sobre a criação do Clube das Virgens: “Ser virgem era tão natural como não ser”

O Clube das Virgens foi fundado em 2008.

Ana Ramos
6 min leitura
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Margarida Menezes deu o que falar com a sua participação na sétima edição da “Casa dos Segredos”, na TVI, e esteve, esta quinta-feira, à conversa com Maria Botelho Moniz sobre o seu percurso e sobre a criação do Clube das Virgens.

Foi em 2008, quando tinha 25 anos, que decidiu criar um blog que se chamava Clube das Virgens e foi à procura de mais raparigas que também fossem virgens.

“Quando criei o Clube das Virgens, através de um blog na Internet, onde eu não tinha fotos minhas. Era apenas um cavalo com asas, que representava a pureza. Era anónima. Era eu a dizer que era virgem e que queria encontrar outras raparigas também na mesma situação que eu”, começou por dizer Margarida Menezes.

“Depois, fui para a Internet à procura de raparigas virgens e enviava mesmo mensagens, através de mensagem privada. A maior parte delas ignorava-me, outras, quando respondiam, diziam que já não eram virgens. Eu fiquei, sinceramente, um pouco desiludida na altura em que criei o clube”, recordou Margarida Menezes.

“Deixei o blog e o clube de lado até que, no final do ano, resolvi ir ao e-mail que eu tinha associado ao Clube das Virgens e, então, vi um convite de uma associação no Porto, que era o Espaço T, a convidar-me para um congresso, em 2009. O congresso era sobre Desejo e eles viram o meu blog na Internet que falava sobre virgindade e ficaram curiosos para partilhar a minha história nesse congresso”, lembrou ainda Margarida Menezes.

Margarida Menezes resolveu aceitar o convite: “Na minha ideia, eu ir a esse congresso, em 2009, era só ir ao congresso, naquele dia, fazer o meu discurso e ficava por aí, mas não. Não foi isso que aconteceu”. Quando saiu do local onde decorreu o congresso, tinha à sua espera um órgão de comunicação social: “Não tive tempo de pensar porque fui logo abordada por esse canal”.

Nesse mesmo dia, o presidente dessa associação recebeu “muitas chamadas” de pessoas que queriam que Margarida Menezes fosse a programas de televisão e de rádio: “Às tantas, pensei ‘mas será que não há mais virgens em Portugal?’. Eu fiquei assim um bocado assustada, mas depois pensei que tudo acontece por uma razão”.

“A razão era mostrar que ser virgem era tão natural como não ser. É tão simples quanto isso”, continuou. Com essa visibilidade que o clube passou a ter, conseguiu algo “importante para o clube”: “Encontrar raparigas também virgens. Chegámos a ser 33 no clube”.

“Só que o meu lema de mostrar que ser virgem era tão natural como não ser, no fundo, para elas, eu nunca consegui que elas fossem comigo a programas de televisão, porque elas tinham vergonha de dar a cara, nem a programas de rádio que eu fui também falar. Nós fazíamos convívios, almoços, jantares, na zona do Parque das Nações. As pessoas olhavam para mim porque eu tinha alguma exposição nessa altura, também fui colunista de um jornal nacional, tinha a minha foto e as pessoas olhavam e elas diziam: ‘Ai, estão-nos a conhecer’”, contou Margarida Menezes.

“A maior parte das pessoas ou vê isso como um gozo ou não acredita”, afirmou Margarida Menezes, referindo que a sua mãe chegou a ouvir alguns comentários negativos e “aquilo revoltava-a”. “Eu tenho um lema que é eu não deixo que interfiram muito na minha forma de sentir. Eu lia isso e ouvia isso, mas eu não interiorizava, ou seja, não deixava que isso me afetasse. Afetava a minha mãe porque as mães são mais reativas quando falam dos filhos”, acrescentou.

Margarida Menezes comentou que era muito “tímida” e que “idealizava muito a pessoa ideal”: “Não tenho culpa de só gostar de homens bonitos. É um problema. Então, estava sempre à procura e um homem alto, de olhos claros e que tivesse também um bom coração. Ou seja, é difícil, por vezes, encontrar um homem bonito por fora e por dentro também. E, pronto, a situação não se tinha proporcionado”.

“Esse contacto, às vezes, com o sexo oposto também era mais pelo olhar. Sempre fui muito de amores platónicos. Era capaz de gostar de alguém durante imenso tempo – e ainda sou -, mas não digo nada”, assegurou Margarida Menezes.

O Clube das Virgens foi encerrado em 2010, quando Margarida Menezes tinha 27 anos e perdeu a virgindade, segundo contou.

Veja aqui, aqui, aqui, aqui e aqui uma parte da conversa.

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