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Luís Aleluia: “A maior parte dos atores é carente de afetos”

Luís Aleluia contou que um dos filhos já pediu para entrar numa peça sua.

Ana Ramos
3 min leitura
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Luís Aleluia esteve, esta terça-feira, no programa “Dois às 10”, na TVI, e falou sobre a carreira de ator e sobre os filhos.

O ator protagoniza o espetáculo de comédia “Que bonito serviço” e falou sobre o género monólogo: “O mais assustador é a gestão do público durante tanto tempo seguido. Quando estamos a dividir o protagonismo, o palco, estamos a dividir a nossa responsabilidade dentro de um determinado tempo. Ali não, é sozinho e a gerir o público e a peça, os ritmos da peça”.

“Os portugueses têm um grave problema quando vão ao teatro, mas, sobretudo, quando vão ver comédia. A primeira coisa que um português faz – podem pagar, 100, 200 ou cinco euros – é sentar-se na poltrona e ‘Vamos lá ver se isto presta’. Isso é a nossa atitude e, às vezes, custa tanto ao ator, durante 10, 15 minutos de início, estar a descruzar os braços do espectador”, comentou Luís Aleluia, referindo que isso “faz parte da profissão”.

Luís Aleluia revelou que voltou à casa onde foi “feliz”. “Quando se tem essa idade e quando somos jovens nestes trabalhos de infantário, viciam-nos no mimo, a maior parte dos atores são carentes de afeto, são introvertidos. Às vezes, as manifestações de ego em excesso são defesas que as pessoas encontram. A dependência excessiva da salva de palmas e fazer disso quase um ordenado, o que não é”, comentou.

“Acho que isto é uma profissão e cada vez mais deve ser entendida como tal e bem caracterizada. Temos as nossas carteiras profissionais, as nossas tabelas de trabalho, exatamente como outra profissão qualquer, embora possa haver, às vezes amadores, que é outra coisa… aliás, somos todos amadores, porque o ator está sempre a crescer”, rematou Luís Aleluia, que se celebrizou com a personagem ‘Menino Tonecas’.

O ator tem dois filhos, João e José, de 17 e 20 anos. Tanto um como outro são da área das Artes Gráficas, mas o mais novo “adora compor música” e “acha graça” à representação. “Já me pediu para participar numa peça minha. Tenho evitado, porque é contagiante, o teatro é muito contagiante. Não é ficar viciado porque o teatro é uma atividade saudável, onde tu cresces muito. És obrigado a aprender, a conviver, a crescer muito, é muito saudável. Mas há um tempo para isso”, comentou Luís Aleluia.

Luís Aleluia defendeu ainda: “Não te podes perder muito cedo no teatro. O teatro, a mim, absorveu muito da minha vida. Desviou-me de um caminho que eu tinha, mas, provavelmente, era assim o destino. Eu queria seguir Direito e acabei no Teatro e, hoje, sou muito mais feliz sendo ator, do que, provavelmente, sendo advogado”.

Veja uma parte da entrevista aqui e aqui.