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Gonçalo Amaral sobre caso Maddie: “Não gosto que me atirem areia para os olhos”

Vanessa Jesus
4 min leitura

Gonçalo Amaral foi entrevistado por Manuel Luís Goucha e voltou a falar do misterioso desaparecimento de Maddie, no Algarve, em 2007.

Gonçalo Amaral escreveu um novo livro, intitulado ‘Maddie – Basta de Mentiras’, e voltou a falar do misterioso desaparecimento da menina em entrevista a Manuel Luís Goucha.

“Dificilmente se saberá a verdade”

“Dificilmente se saberá a verdade”, começou por dizer, acusando o governo português, inglês e agora também o alemão de influenciar a descoberta da verdade.

“Desde o início que a investigação foi condicionada. A  investigação deixou de ser normal”, afirmou, dizendo que desde o início que andam à procura de um suspeito de preferência morto.

“Não há investigação portuguesa, há um processo aberto que vai cooperando com a polícia alemã”, esclareceu.  Gonçalo Amaral não tem dúvidas que o suspeito alemão preso é apenas uma pessoa de interesse para o caso.

O ex-inspetor da PJ voltou a realçar que os pais eram os responsáveis pela menina e não entende porque simularam um rapto. Gonçalo Amaral apresentou algumas provas, nomeadamente que as janelas não forçam forçadas e não havia impressões digitais de terceiras pessoas no quarto, mas sim da mãe da criança.

Inclusive, quando a questionou no início da investigação sobre essa prova ela recusava responder a algumas perguntas. “Bastava ter dito que tinha desaparecido”, explicou, justificando que o casal entrou em contradição quando falaram de rapto.

Gonçalo Amaral, Manuel Luís Goucha, Tvi

“Eles nunca deram explicações”

“Eu sou polícia, eu sou coordenador, a mim compete-me questionar. Eles têm que dar respostas sobre a simulação do rapto. Eles nunca deram explicações. O interrogatório da mãe termina quando fala da janela. O que eles dizem quando lhes diziam que a criança andava sozinha é que estavam a pôr em causa a sua inteligência”, contou.

“Não há evidências de rapto, apesar de ser uma hipótese”, salientou, garantindo ainda que não há indícios nenhuns do suspeito alemão, até porque está tudo em aberto.

“Não gosto que me atirem areia para os olhos, não gosto que se enganem as pessoas. É um caso que eu conheço. Não quero ser enganado e não quero enganem as pessoas”, sublinhou, após ser questionado por insistir neste caso que se arrasta há 14 anos e que tantos problemas já lhe trouxe.

O entrevistado foi mais longe e afirmou que procuram agora um perfil de um agressor, depravado e este, Christian B,  está a ser criado e construído dessa forma.

Levou também os exames que provam que a norte-americana que acusou o alemão de violação no Algarve deu negativo e a polícia alemã desvalorizou considerando que a letra do médico algarvio era ilegível.

Não tem dúvidas que acusar este homem interessa às autoridades alemãs e ao procurador alemão. A menina tinha uma marca no braço que comprova que a família não era tão feliz como aparentava. Porém, a mãe da menina disse a Gonçalo Amaral que era uma queimadura solar o que estranhou.

“Portugal é competente para estudar. Nós somos competentes“, salientou. Goucha recordou que o convidado perdeu dinheiro e o trabalho por este caso e Gonçalo Amaral acrescentou que os pais de Maddie o processaram por difamação e, por isso, teve um terço da reforma penhorada durante 10 anos, um equivalente a um ordenado mínimo.

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