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Cláudio Ramos: “O meu [papel] é entre apresentar e indignar-me”

"Não me faz diferença estar aqui sentado, porque eu indigno-me", comentou Cláudio Ramos.

Ana Ramos
3 min leitura
TVI

No “Dois às 10” desta sexta-feira, na TVI, foi comentado o caso Jéssica e o facto de o Ministério Público pedir 25 anos de prisão para os arguidos. Cláudio Ramos mostrou-se indignado com o facto de o advogado de defesa achar injusto e gerou-se um momento de debate.

“Eu não sei se estas pessoas merecem defesa… Não devia dizer, mas já disse! Eu sou pai, tenho uma filha, tenho uma sobrinha… vocês estão aí sentados com netos e com sobrinhos, se a vocês vos fizessem isto, vocês acham que a pessoa que vos fez tem direito a defesa?”, questionou o apresentador.

“Têm direito a um julgamento justo. Um julgamento justo, Cláudio, não é necessariamente aquele que nós fazemos aqui sentados, na comunicação social e na praça pública. O que é que é o julgamento justo? É todos os factos que estão imputados a estas pessoas virem a ser demonstrados em tribunal”, disse a advogada Sofia Matos.

“Estes tipos de conversa existiram provocados por mim porque eu indigno-me muito. Não me faz diferença estar aqui sentado, porque eu indigno-me”, disse o apresentador, mais à frente.

“Se eu for um espectador em casa e eu ouvir – estou, com tudo o que aconteceu que nós falámos aqui na cabeça, que todos vocês se indignaram – um advogado – eu não quero particularizar, porque eu não conheço o doutor – dizer: ‘É injusto porque 25 anos é muito tempo’. Eu estou sentado em casa, estou a almoçar e penso: ‘25 anos é muito tempo? Esta menina morreu agonizada’. Naturalmente, fico indignado como ficam os pais todos”, comentou Cláudio Ramos.

“É o papel do advogado. O vosso papel é comentar e fazer ver a verdade, o meu é entre apresentar e indignar-me com isto, porque eu fico realmente indignado… Não é cá nada contra os advogados”, acrescentou Cláudio Ramos.

Sofia Matos defendeu que “a liberdade de expressão é um bem sagrado”, mas afirmou: “Se um juiz estiver com esse fervor, até o Ministério Público, quando faz a sua acusação e quando faz as suas alegações finais, se projetar, então, nós não temos justiça. Basta ser o povo a fazer a justiça… Por isso é que eu digo, é preciso ter atenção ao detalhe”.

Veja aqui, aqui e aqui o momento.