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Cinha Jardim recorda “susto enorme”: “Ainda tinha medo que pudesse morrer”

Cinha Jardim relatou o episódio que viveu, desmaiada na rua.

Ana Ramos
9 min leitura
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Cinha Jardim foi uma das convidadas de Manuel Luís Goucha, esta terça-feira, na TVI, e falou publicamente, pela primeira vez, após o problema de saúde que teve, no início de maio.

A comentadora recordou que tinha acordado “lindamente” naquele dia e tinha ido levar a filha ‘Isaurinha’ ao ginásio. Enquanto ela ficou lá, Cinha Jardim foi buscar umas roupas e teve vontade de fumar um cigarro. “Fumo pouquíssimo! Só mais no futebol, ou numa situação assim… Acabou-se! Mas também não me faz assim muita diferença”, contou.

“Foi a minha sorte! Ela acendeu-me o cigarro e eu vou com as janelas abertas, como estou a fumar dentro do carro. Raríssimas vezes fumo dentro do carro”, descreveu ainda Cinha Jardim, contando que ia a subir a rua do elétrico, no Chiado, e, quando ia a descer, ainda com o cigarro na mão, sentiu “um apagão”.

“Tudo escuro e, pronto, já não sinto mais nada… caio para a frente e nunca mais me lembro de nada. Apaguei. Fui a descer devagarinho e parei o carro lá em baixo, parou por si. Imagina que ia numa autoestrada… ali, não, ia a 10 à hora”, lembrou, explicando que, como estava “com os vidros abertos”, essa foi a sua “sorte”, porque conseguiram tirá-la do carro.

“Foi uma senhora e mais dois rapazes que me tiram do carro e que me deitam no passeio… aí, começa-se uma agitação. As pessoas apercebem-se que eu estou inanimada”, disse ainda Cinha Jardim.

“Entretanto, talvez tenham gritado, há um médico que passa ali, num grupo de turistas, um estrangeiro. Apercebeu-se da situação e, realmente, começa a fazer-me as manobras de reanimação e, aí, sim, é a minha salvação”, sublinhou.

Entretanto, Cinha Jardim acordou, “ainda na rua, deitada no chão, já de lado, com uma respiração muito ofegante”: “Não percebo… oiço assim ‘lady, lady’. Era o médico. Mas não era comigo. Quem é que me está a chamar de ‘lady’? Eu julgava-me no carro e não no chão”. “Não que eu não fosse uma ‘lady’, sempre fui uma ‘lady’”, brincou.

“Achei aquilo tudo muito estranho. Depois, volto a perder os sentidos. Quando estou a acordar outra vez, vou numa ambulância, com os bombeiros a falarem altíssimo: ‘São José! São José’. E fui para São José. E, aí, quando eu acordo, eles a perguntarem-me quem sou, quem não sou”, explicou Cinha Jardim, referindo que os bombeiros estavam ao telefone com a filha. “A minha filha, coitadinha, veio a pé, a correr, mil léguas, com certeza”, comentou.

Quando chegou ao hospital, os médicos desconfiavam que Cinha Jardim tinha tido um AVC: “Vou para dentro de uma sala, chegam médicos, vejo imensas luzes… e está tudo convencido que eu tive um AVC ou alguma coisa e começam-me a fazer os testes todos… se eu trinquei a língua, se eu tinha tido convulsões… e eu ‘acho que não’. E se eu estava bem, quem sou, quem não sou. E eu comecei a responder a tudo, devagarinho, mas a responder”.

“Não me lembro de nada depois do apagão, mas lembro de tudo perfeitamente até ao apagão”, disse, indicando que fez “tudo o que foi exames ao cérebro”.

“Eu ainda tinha medo que pudesse morrer. E eu não sou uma pessoa que me preocupe muito com doenças, eu nem quero saber. Não sou nada aquele género que vai ler à Internet”, confessou Cinha Jardim, destacando que, em situações como esta, a pessoa deixa de ter controlo e está “na mão daquelas pessoas”. “Não, eu não vou morrer! Eu ainda tenho de aqui estar, eu ainda preciso de cá ficar… e sempre a rezar à minha avó e a toda a gente e a Nossa Senhora de Fátima, à mãe, ao pai… infelizmente, tenho lá tanta gente, eu pedia a todos! Mas deixem-me cá ficar que eu preciso de cá ficar ainda! Tenho muito para fazer, tenho a minha filha, os meus netos, tenho tudo e não quero. Tenho-me a mim própria, que eu quero cá ficar, há pessoas que querem ir, levem-nas”, recordou.

No entanto, depois, Cinha Jardim pôde ver as filhas e, aí, começou “a chorar baba e ranho, a pensar o que elas teriam sofrido também lá fora”. A comentadora destacou, contudo, que sempre foi “muito bem tratada: “As pessoas foram fantásticas comigo! Não sabes a ternura com que as pessoas me trataram! Tia Cinha para cá, Tia Cinha para lá… as pessoas, muito queridas! (…) Eles são extraordinários! Tenho de agradecer a toda a gente! Foram fantásticos comigo”.

De seguida, Cinha Jardim foi encaminhada para o Hospital de Santa Marta, onde fez ecocardiogramas e, “realmente, aí viu-se que tinha feito um enfarte do miocárdio e que tinha tido umas arritmias e que tinha perdido os sentidos, portanto, tinha de fazer o cateterismo”. “Não foi nada simples. Nada comigo é simples. Foram três horas e meia de cateterismo”, descreveu.

A comentadora ficou internada mais “três ou quatro dias” e, no Dia da Mãe, tentou “arranjar maneira” de ir embora, fazendo “ali um bocadinho de chantagem”: “Às sete e meia da noite, tive uma médica queridíssima a dizer ‘Vá sossegadíssima para casa, não se mexa’”.

“Ainda não estou recuperada a 100%”

Agora, Cinha Jardim tem “um coração novo” e algumas recomendações médicas. “Ainda não estou recuperada a 100%, mas já tenho autorização médica para começar a trabalhar, devagar”, comentou, explicando que tem de ter “uma alimentação mais regrada”, fazer sessões de cardiofitness, andar todos os dias 10 minutos em linha reta e ter “muito descanso”.

“Eu sempre gostei muito de viver. Celebro muito! Quero muito estar aqui para os meus netos e para a minha família e para nós todos”, rematou.

Cinha Jardim ainda brincou com a vitória do SL Benfica e disse: “A partir de sábado, estou convencida que 40% do meu coração, aquele que dizem que está mais amachucado, que está mais morto, que ficou mais fragilizado, rejuvenesceu imenso”.

Cinha Jardim tem familiares com problemas no coração

“Foi um grande susto que eu tive. Não estava, de todo, à espera, embora me sentisse bastante cansada nas últimas duas semanas”, constatou.

“Lembro-me que, nos últimos dois dias, senti-me bastante cansada. Eu chegava ao programa, tinha de subir aquelas escadas até lá acima e dizia-lhes: ‘Agora é que é! Vocês têm de me arranjar um elevador para eu chegar até cá acima’. Estou a sentir-me cansada, mas desvalorizava”, contou também.

Cinha Jardim também referiu que levava uma vida “muito agitada” e pensava que seria devido a isso o cansaço que sentia: “A idade não perdoa, sou antiga”. “Muitas vezes as minhas filhas diziam: ‘A mãe tem de parar’”, recordou.

Além disso, a comentadora tem também familiares com problemas no coração: “A minha mãe morreu com 52 anos, muito nova; o pai com 63… do coração. Um irmão veio a acabar por morrer, teve ataque do coração também, esteve muito mal, teve de pôr bypasses. A irmã mais velha também foi aberta no coração para fazer bypasses. Todas elas já fizeram cateterismos”.

“Eu andava aqui pelos pingos da chuva a ver se fugia do cateterismo”, declarou, explicando que era seguida por um médico há 25 anos e que já se tinha “sentido mal uma vez ou outra”, que tinha a tensão “sempre muito alta”, assim como o colesterol.

“Às vezes, quando é uma doença de família, também tendes um bocadinho a desvalorizar isso”, rematou Cinha Jardim.

Veja uma parte da conversa aqui e aqui.

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