fbpx

Moita Flores emociona-se: “Já não eram os meus editores, eram os meus amigos que ajudaram a salvar-me”

“É possível salvar mais gente se tiver mais gente formada em Suporte Básico de Vida, isto é, gente que sabe fazer reanimação, que não é obrigatório ser médico”, afirmou Moita Flores.

Ana Ramos
3 min leitura
SIC

Moita Flores foi um dos convidados de Júlia Pinheiro, esta quinta-feira, na SIC, e recordou o enfarte que sofreu no ano passado.

O autor lembrou o apoio que recebeu por parte dos funcionários da editora do seu livro: “Todos eles foram extraordinários no perímetro de segurança que criaram. Eu julgo que perderam muito dinheiro, mas eles não se importaram… Quiseram salvar-me”.

Emocionado, Moita Flores disse que, um mês depois, voltou a encontrar-se com eles para agradecer: “Já não eram os meus editores, eram os meus amigos que ajudaram a salvar-me”. “Isto tem alguma fragilidade ainda”, lamentou, visivelmente comovido.

Moita Flores lembrou ainda o “profissionalismo” e a “profunda humildade” do médico que o socorreu naquele instante e que “fez uma formação para os sub-colaboradores da Feira do Livro deste ano”, em consequência do que aconteceu: “Tinham mais gente preparada e já tinham um desfibrilhador, que foi fundamental até chegar a urgência médica, para que conseguissem estabilizar no ponto de vista da vida”.

O antigo inspetor da Polícia Judiciária recordou também que só acordou “ao fim de sete, oito dias”, que foi quando lhe contaram o que tinha acontecido. “Estar morto foi qualquer coisa que não me trouxe nada de bom nem de novo, dá apenas a vida outra vez, porque não me lembro de nada”, afirmou.

“Ainda hoje não compreendo [o que aconteceu]. Embora perceba que não compreendo porque nós não temos uma cultura de saúde, literacia na saúde, no que respeita a compreendermos o nosso próprio corpo”, disse Moita Flores, explicando que não tinha notado qualquer tipo de sinais. “Acho que comia muito bem, esse era o problema, e não eram as coisas mais saudáveis”, continuou.

Moita Flores contou que resolveu escrever um livro de forma a dar o seu testemunho e “alertar as pessoas”: “Pensando que faço parte de um grupo de privilegiados, que são os que se salvam… são tantos os que morrem… isto não é uma doença de velhos! É uma doença que pode atingir um jovem, uma criança, desportistas”.

“No primeiro mês e meio, estive muito ‘apatetado’, sem memória, não me lembrava de nada. Queria ler um livro e, à segunda página, já não me lembrava de nada… depois, fui recuperando devagarinho a memória. Diziam: ‘Dê tempo ao tempo’. Estava aflito com a memória, dei tempo ao tempo e a memória regressou, serenamente, com calma e foi assim que, depois, decidi fazer um testemunho”, declarou Moita Flores.

Veja uma parte da conversa aqui.