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Gustavo Carona: “Se o Rayan morresse à fome ou no Mediterrâneo, ninguém queria saber”

Duarte Costa
2 min leitura
@Redes Sociais

Gustavo Carona lamentou a morte de Rayan, o menino que esteve preso no fundo de um poço, em Marrocos, durante praticamente cinco dias. Contudo, lembrou que, se tivesse morrido noutra circunstância, ninguém falaria dele.

Gustavo Carona, médico da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, arrepiou o país há cerca de um ano quando fez um testemunho impressionante sobre a fase mais dura da pandemia. Esta segunda-feira, voltou a colocar o dedo na ferida. Desta feita, tendo como ponto de partida um outro tema: a morte de Rayan.

Na opinião do profissional de saúde, que lamentou a morte do menino, se Rayan morresse à fome, de malária, no Mediterrâneo, numa guerra ou como refugiado, “ninguém queria saber“. “Ninguém estacionava a atenção. Ninguém chorava a sua morte. Ninguém, ninguém, ninguém. Ou quase ninguém“, escreveu nas redes sociais.

É revoltante ver a hipocrisia da atenção mediática que desumaniza milhões em prol de uma história atrativa pela sua espetacularidade. A culpa é nossa, não é dos media que apenas seguem as audiências que nós decidimos dar“, lamentou.

Se se preocupam com crianças têm de ter um pensar global. Segurança global, educação global, justiça global, saúde global, porque a humanidade é global e partilhamos a mesma casa“, acrescentou ainda Gustavo Carona.

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