Mário Figueiredo, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) defendeu esta semana na Assembleia da República a centralização dos direitos televisivos dos campeonatos naquele organismo num cenário de abertura da concorrência, que a concretizar-se «poderá duplicar ou mesmo triplicar» as verbas pagas aos clubes, baseando-se num estudo económico pedido pela liga a uma empresa britânica.
Durante a Comissão de Educação, Ciência e Cultura, o presidente da LPFP explicou que atualmente os direitos de transmissão são vendidos individualmente a um único operador, a Olivedesportos.
Mário Figueiredo criticou o sistema de monopólio, considerando que tal sistema viola as regras da concorrência. «Esse operador tem influência decisiva no mercado e detém participações em alguns clubes e na empresa que explora os direitos de televisão», referiu, lembrando que «o Livro Branco do desporto da UE recomenda a centralização nas ligas».
Perante os deputados da comissão,o presidente da LPFP reiterou a intenção de apresentar queixa à Direcção Geral de Concorrência da Comissão Europeia, de forma a conseguir uma abertura do mercado, e defendeu que «numa situação de mercado aberto, os clubes auferem mais« e os consumidores também sairão beneficiados, com uma possível colocação dos direitos a leilão que não permitam que um só operador adquira todos os direitos e que os prazos não sejam superiores a três anos.