Vanessa Martins, que fundou a Frederica, um site de saúde e bem-estar, foi a mais recente convidada do podcast “Manual de Boas Ideias”, da rádio Mega Hits, e falou sobre o facto de ser uma mulher empresária.
“Sinto que, enquanto mulher, tenho de pensar em coisas que os homens, à partida, não pensam: A forma como me vou apresentar numa reunião, com me vou vestir, como vou falar, como vou sorrir, como vou cumprimentar”, exemplificou.
“Acho que isso é a única diferença. Ainda não existe uma igualdade, as mulheres têm de pensar em coisas para se protegerem, ou de algum assédio, ou de alguma inconveniência, então isso acontece em todos os setores da vida. Não sinto que seja prejudicada por ser mulher, sinto que tive mais dificuldade e tenho de provar mais vezes que consigo e que sou só diferente a nível de sexo, mas consigo pensar exatamente não como um homem, mas como um ser humano”, explicou Vanessa Martins.
“Não tenho essa postura de me sentir que sou inferior. Sinto que, às vezes, fico mais insegura, mas porque a sociedade assim o fez, mas é viver. Estamos a passos grandes de sentir essa liberdade, mas não é bem assim ainda”, completou Vanessa Martins.
Vanessa Martins acredita que existe “um cavalheirismo permanente”: “90% das pessoas, se for então do sexo masculino, tem sempre um cuidado porque é uma senhora, ou uma menina, ou uma miúda”.
“Mas eu não penso nisso. Simplesmente, estou só a ser eu, não estou a pensar no que é que eu poderei fazer para conseguir, porque eu vou já muito convicta para o que vou fazer. Por isso, poderei ter ali algum percalço de alguma pessoa que pode chocar com a minha personalidade ou vice-versa, mas eu não penso muito nisso, no que é que eu vou beneficiar por ser mulher ou no que é que eu vou ficar prejudicada por ser mulher. Eu simplesmente vou, porque eu sinto-me bem na minha pele”, afirmou Vanessa Martins.
Vanessa Martins, que conta com uma equipa “maioritariamente” de mulheres na sua empresa, referiu que “as mulheres têm uma intuição e uma sensibilidade diferente em certos cargos que os homens não têm e vice-versa”.
“Em tempos, fomos educados em termos sempre homens a liderar e agora é só estranho, Já não é estranho, mas as coisas têm de começar a ficar mais equilibradas, mas vão ficar quando, se calhar, for avó e vir as minhas netas. Que bom! Eu fiz parte desse percurso. Não é imediato, mas estamos cada vez melhores”, defendeu Vanessa Martins, sublinhando que existem outras sociedades em que “a mulher, infelizmente, ainda tem uma voz muito pouco ativa”.
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