Estava agendado para dia 23 de fevereiro o debate instrutório do processo do acidente que vitimou Sara Carreira, mas a greve dos funcionários judiciais motivou um adiamento. Contudo, Tony Carreira já se encontrava no local e acabou por estar cara a cara com o condutor alcoolizado envolvido no acidente.
O Ministério Público acusa Paulo Neves (condutor que seguia abaixo da velocidade mínima permitida em autoestrada e que revelou taxa elevada de alcoolemia) da prática de um crime de condução perigosa e três contraordenações ao Código da Estrada, Cristina Branco do crime de homicídio negligente e duas contraordenações graves, Ivo Lucas (namorado de Sara Carreira) de homicídio negligente e duas contraordenações e Tiago Pacheco de condução perigosa de veículo e duas contraordenações.
Paulo Neves não requereu abertura de instrução (ao contrário dos pais de Sara Carreira, Tony Carreira e Fernanda Antunes, que se constituíram assistentes no processo, Cristina Branco e Tiago Pacheco), optando por se defender das acusações que lhe são imputadas em sede de julgamento. Assim, o condutor, acompanhado dos seus advogados, marcou presença no debate instrutório, que estava agendado para quinta-feira da semana passada.
Esta terá sido a primeira vez que Tony Carreira e Fernanda Antunes, que estiveram no Tribunal de Santarém, ficaram cara a cara com Paulo Neves.
Também compareceram para esta sessão a arguida Cristina Branco (que pediu para usar da palavra, bem como a testemunha Nuno Rocha, que, caso o tribunal permitisse, iria prestar declarações) e João Grade dos Santos, advogado de Tiago Pacheco (o condutor que embateu no veículo já acidentado de Sara Carreira).
Segundo refere a TV Mais, os pais de Sara Carreira pediram ao tribunal, no requerimento de abertura de instrução, que ele fosse “acusado de homicídio negligente na forma grosseira, cuja pena pode ir até aos cinco anos de prisão”.
No interrogatório feito pelas autoridades, Paulo Neves admitiu que, no dia 5 de dezembro de 2020, após um lanche, consumiu cerca de “uma garrafa de vinho” e “pegou na sua viatura e fez-se à estrada, em direção a Lisboa, onde residia, e, no momento em que a fadista Cristina Branco foi contra ele, perto do km 60, da A1, no sentido norte-sul, seguia a uma velocidade de 30 km/h (bem abaixo da permitida por lei em autoestradas) e com uma taxa de alcoolemia (avaliada cinco horas depois do sinistro) de 1,18 g/l”.
A greve dos funcionários judiciais decorre até dia 15 de março, por isso, não ficou agendada, por enquanto, nenhuma data para o debate instrutório.
Sara Carreira perdeu a vida no dia 5 de dezembro de 2020, na sequência de um acidente de viação.
