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Pedro Ribeiro faz reflexão: “O vírus agora é outro”

"O que é feito do que fomos naqueles tempos, não tão longínquos assim? Ou não será que, na verdade, o que somos é isto?”

Ana Ramos
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Pedro Ribeiro partilhou, este sábado, uma reflexão, através das redes sociais, sobre a pandemia.

Numa publicação em que mostra as ruas desertas dos tempos da pandemia por Covid-19, o locutor escreveu: “Tenho-me lembrado muito destes tempos de 2020. As ruas desertas, os hospitais cheios, o medo coletivo, a esperança ingénua que nascia do invisível e pairava no ar, os arco-íris desenhados, que eram uma maneira de fazermos figas, ou uma prece muda”.

“Toda a gente sem poder sair de casa, a vida suspensa em dias de morte à espreita. Temermos todos, por nós e pelas nossas pessoas”, continuou Pedro Ribeiro.

“Quando vejo algumas coisas que as pessoas escrevem nas redes sociais, o nível de frustração ou mera maldade, a estupidez ou simplesmente a mais singela e desarmante falta de educação ou noção, penso no confinamento, sim. Será que essas pessoas também desenharam arco-íris? Comoveram-se com os esforços heroicos dos profissionais de saúde? Será que temeram pela vida? Terão mesmo perdido alguém? Acreditaram na palavra empatia, que parece ter sido inventada nessa altura? O que é feito do que fomos naqueles tempos, não tão longínquos assim? Ou não será que, na verdade, o que somos é isto?”, questionou Pedro Ribeiro.

“Dizer mal, insultar com o mesmo à vontade com que o vírus matava gente, abraçar a boçalidade como um ursinho de peluche que se acha que protege do medo do desconhecido? A superioridadezinha em cada sentença sobre a vida dos outros, que se inveja só, a prepotência de, na vertigem de um teclado, ser, por umas linhas de texto numa rede social, caixa de comentários ou qualquer fórum, o maior da sua rua? Uma ilusão, como os tais desenhos de todas as cores”, referiu Pedro Ribeiro.

“Uma pessoa chega a ter saudades do ar não poluído, de quando as ruas estavam desertas. O vírus agora é outro, e normalmente falha na educação, decência, bondade, humanidade e, quase sempre, ortografia”, concluiu Pedro Ribeiro.

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