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Pedro Chagas Freitas sobre João Sousa: “Fizeste história atrás de história”

"Trabalhaste como um louco, no limite, morreste de saudades, sofreste muito, caíste muito."

Ana Ramos
3 min leitura
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Pedro Chagas Freitas comentou, esta quinta-feira, nas redes sociais, sobre João Sousa, que terminou agora a sua carreira como tenista.

“Um dia, estava eu a (chamemos-lhe assim) jogar ténis num court alugado com um dos grandes amigos da minha vida, a bola para lá e para cá em viagens suaves, próprias do nosso medíocre talento de raqueta na mão, quando de repente começa um pequeno alvoroço à nossa volta”, começou por contar no Instagram.

“Nas bancadas, algumas pessoas começam a chegar, ao nosso lado dois homens equipados a rigor começam a bater umas bolas. Tentámos não ligar muito e continuar o nosso lento diálogo dos dois lados da rede. Até que percebemos que o tempo que a nossa bola demorava a chegar ao outro lado era o suficiente para a bola atirada pelos outros dois, os do court colado ao nosso, fazer duas ou três viagens de um lado para o outro”, descreveu Pedro Chagas Freitas.

“Foi então que resolvi olhar com olhos de ver para quem estava lá. Era ele, o João, a fazer um treininho com o seu técnico. Nem sequer estava a puxar muito: era só o aquecimento”, recordou Pedro Chagas Freitas.

“Ainda aguentámos mais algum tempo a jogar, uns cinco ou seis minutos, mas desistimos num instante: tínhamos o ego em frangalhos e só faltou colocarmos a cabeça nos ombros um do outro”, afirmou Pedro Chagas Freitas.

“Alguns meses mais tarde, num debate público, perguntei ao pai do João, jurista de profissão, se não seria viável, à luz da lei, eu instaurar um processo ao filho por humilhação em público. Ele riu bem alto, com aquele orgulho que só um pai apaixonado pelo seu filho pode ter. Acabou por concordar: havia ali matéria de facto para eu ganhar o processo”, acrescentou Pedro Chagas Freitas.

“Como sou boa gente, não o fiz. Foi a tua sorte, João. Escusas de agradecer. Pudeste continuar a jogar livremente, trabalhaste como um louco, no limite, morreste de saudades, sofreste muito, caíste muito, mas fizeste história atrás de história”, escreveu ainda Pedro Chagas Freitas.

“Obrigado por tudo, campeão. E já sabes: se me vires a jogar em qualquer lado, por favor, espera que eu acabe antes de começares a jogar, sim? Grato desde já”, rematou.