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Pedro Chagas Freitas: “A quem vou ligar agora no intervalo dos jogos, meu pai?”

“O texto mais difícil da minha vida.”

Ana Ramos
3 min leitura
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Pedro Chagas Freitas confessou, no início desta semana, que o seu pai faleceu e, esta terça-feira, partilhou um texto que escreveu.

Numa publicação no Instagram, pode ler-se o seguinte título “Sofre com a morte do pai: A vida não permite planos”. “Não permite mesmo. Aproveitem tudo”, comentou.

Noutra publicação, Pedro Chagas Freitas partilhou: “A quem vou ligar agora no intervalo dos jogos, meu pai?”.

“Estou a olhar para os bilhetes do jogo. Já há muito que não íamos juntos. Tínhamos saudades. Fazíamos planos, olhávamos para o calendário dos jogos, olhávamos para o meu calendário de apresentações e de espetáculos, à espera de que uma vez batesse certo. Não bateu. Fomos adiando. Não se adia a Disney, meu pai. Não se deixa para depois o que nos faz felizes”, afirmou Pedro Chagas Freitas.

“Olho para os bilhetes do jogo, lembro-me de que ia ligar-te para te dizer que íamos. Desta vez íamos mesmo. Íamos cantar juntos no estádio, saltar juntos no estádio, dar o abraço de pai para filho, de filho para pai, que nunca mais terei. Não te liguei logo. Não sabia que não iria poder ligar-te mais. Nunca se sabe quando é a última vez de algo, de alguém, que amamos”, continuou Pedro Chagas Freitas.

“Querias sempre saber tudo sobre como estava tudo. Quando eu estava numa viagem mais longa de uma qualquer apresentação, ligavas sempre no regresso, fazias-me companhia pelo telefone, ias-me perguntando onde é que eu estava, se já estava quase a chegar. Outras vezes vinhas comigo, estavas sempre disponível”, acrescentou Pedro Chagas Freitas, mais à frente.

“Corremos o país juntos, vinhas ali, ao lado, sempre atento, sempre com assuntos novos, com abordagens novas. Foste o meu companheiro de viagem, de vida, tantas horas, tantos quilómetros. Acordavas de madrugada, se fosse preciso, para me acompanhares: ‘Não há problema, filho; eu vou, não quero é que vás sozinho’. E vinhas, bastava eu pedir e tu vinhas. As coisas sem importância são as mais importantes do mundo”, disse ainda Pedro Chagas Freitas.

“O texto mais difícil da minha vida, na edição desta semana do Desportivo de Guimarães”, rematou.

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