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Pedro Abrunhosa sobre polémica com o BE: “Revela alguma falta de criatividade”

"Também achas que quando um náufrago grita ‘Socorro’ o nadador-salvador responde: ‘Estou a apaixonar-me’?”

Ana Ramos
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Pedro Abrunhosa esteve, esta quarta-feira, à conversa com ‘As Três da Manhã’, na Rádio Renascença, e falou sobre a polémica do cartaz da campanha do Bloco de Esquerda.

“Acusaste o Bloco de Esquerda de plágio por ter o cartaz ‘Fazer o que nunca foi feito’ e achas que as pessoas, obviamente, associam à tua música ‘Fazer o que ainda não foi feito’. A sério, Pedro? Também achas que quando um náufrago grita ‘Socorro’ o nadador-salvador responde: ‘Estou a apaixonar-me’?”, leu Joana Marques.

“Sabes que isso, para já, revela alguma falta de criatividade do Bloco de Esquerda, que, aliás, até eram conhecidos por terem campanhas criativas, mas pegar numa frase – claro que eu não inventei as palavras -, mas, ao colocá-las por aquela ordem, que parece que sempre fizeram parte do imaginário, mas não fizeram”, respondeu Pedro Abrunhosa.

“Na realidade, essa frase tem sete, oito anos e foi um grande êxito. Portanto, há uma associação inconsciente ‘fazer o que ainda não foi feito’ e ‘fazer o que ainda nunca foi feito’. Parece-me um pouco falta de criatividade, portanto, foi por isso que me insurgi”, continuou Pedro Abrunhosa.

“Peca, sobretudo, por se apropriar de uma condição emocional, que é as pessoas reconhecerem aquela frase como algo que já lá está dentro, é um bocadinho inconsciente. E, portanto, isso faz parte de uma estratégia de marketing político, que eu acho que é desonesto e foi isso que eu acusei”, rematou Pedro Abrunhosa, que explicou que a situação está a ser tratada pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Mais à frente, Inês Lopes Gonçalves disse: “Os teus últimos atos políticos conhecidos foram ralhar com o Bloco de Esquerda e mandar o Putin ir, enfim, praticar o hedonismo consigo próprio. É isso que é ter 60 anos? Antigamente, acorrentavas-te ao Coliseu, agora, só mandas bocas”.

“É verdade. Mas sabes que as manifestações, hoje em dia, de alguma subversão política, essas de nos acorrentarmos a coisas, felizmente, o jornalismo está num sítio diferente, onde estava nos anos 90, em que havia pouca diversidade”, começou por referir Pedro Abrunhosa.

“Agora, o jornalismo está em cima das coisas, nomeadamente, em relação ao património e em relação a algumas questões que são fundamentais e as redes sociais também ajudam – também podem desajudar – a que a população tenha maior consciência em relação a algumas injustiças que estão a ser feitas. Portanto, não há necessidade de me andar a acorrentar a coisas”, acrescentou Pedro Abrunhosa.

https://www.youtube.com/watch?v=-jxgFeYRefU