Nuno Markl partilhou com os seguidores, esta quinta-feira, uma opinião sobre o filme “Anatomie d’Une Chute”.
“De vez em quando aparecem obras-primas. Daquelas que temos a certeza que ainda estarão a ser vistas e estudadas daqui a gerações, por muito veloz e superficial que seja o mundo moderno”, começou por referir.
“‘Anatomia de uma Queda’ é um desses clássicos instantâneos, um monumento intimista que nos provoca, questiona e abala o nosso pendor natural para julgar, de fora, vidas alheias. É fácil – e bom, diria – cairmos nas armadilhas que a realizadora e argumentista Justine Triet (e o seu co-argumentista e marido, Arthur Harari) vai montando subtilmente neste filme: na história de um aparente crime e do julgamento da alegada assassina, vai-nos tirando o tapete e questionando sobre a natureza dos seus protagonistas, quem são os agressores, quem são as vítimas, e, em último caso, que tipo de morte foi esta”, descreveu Nuno Markl.
“Todo o elenco é espantoso, desde a angústia contida de Sandra Hüller, no papel da escritora suspeita de ter atirado o marido da varanda do seu chalet alpino, até à arrebatadora interpretação do jovem Milo Machado Graner, o filho do casal, cego devido a um acidente cuja responsabilidade já era usada como arma de arremesso entre marido e mulher”, continuou Nuno Markl.
“‘Anatomie d’Une Chute’ é um filme que nos dá um abanão (ou vários) e que, por isso, nos faz sentir vivos. É isto que faz o melhor Cinema”, sublinhou Nuno Markl.
