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Miguel Vicente confessa: “Orgulho-me bastante da pessoa que fui, do jogador que fui”

"Eu procurava reações, queria estar sempre na linha da frente, ao mais alto nível."

Ana Ramos
6 min leitura
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Miguel Vicente esteve, esta sexta-feira, no programa de Manuel Luís Goucha, na TVI, e falou sobre a sua participação no “Big Brother – Desafio Final”.

O ex-concorrente e vencedor da edição de 2022 do reality show recordou o porquê de ter decidido entrar neste programa: “Eu estive no leque de comentadores e, então, provavelmente, iam convidar-me outra vez para estar a comentar esta edição e estar a comentar os melhores dos melhores cá de fora e eu achar-me um dos melhores não ia saber lidar bem com isso”.

“Então, chegámos ali a uma negociação do valor que eu achei assim mais confortável para mim e, olha, por que não? ‘Bora lá”, continuou Miguel Vicente, lembrando que recebeu algumas mensagens de fãs a pedir para não entrar. “Segui o meu coração e entrei e achei que fiz muito bem em entrar”, completou.

“O Miguel Vicente é uma pessoa confiante, confiante daquilo que é capaz e, muitas vezes, isso é confundido com arrogância. É claro que mais uma conquista dá-nos sempre mais confiança, mas eu estava um bocadinho reticente porque houve outro ‘Big Brother’ e há outros concorrentes. É claro que me dava confiança, mas, ao mesmo tempo, pensava: ‘Vão entrar muitos bons concorrentes, melhores do que eu, portanto, isto vou zerar”, considerou.

“Eu achava que havia concorrentes tão bons como eu, mas, para mim, eu sou o melhor. Para outros tantos, posso não ser, mas, para mim, sou o melhor”, afirmou Miguel Vicente.

Questionado sobre o seu jogo, Miguel Vicente comentou: “Aquele é o jogo que eu sei fazer. Eu não sei fazer mais nenhum jogo”.

“Eu faço muita diferenciação do jogo dentro de casa e cá de fora. Eu jamais saía cá para fora a tentar juntar grupos ou a tentar apelar para expulsar outro concorrente. Isso não faz parte de mim e o jogo é dentro da casa e cá fora é a realidade”, acrescentou.

“Dentro daquilo que eu fazia – isto é o meu ponto de vista e nem toda a gente está de acordo, daí estarmos em debate e termos sempre pontos de discórdia -, eu não ofendia ninguém, eu não partia para atos de violência ou intenção de violência. Portanto, eu, sim, era o ‘pica-miolos’, levava as pessoas ao limite. Este é o meu jogo”, explicou Miguel Vicente, garantindo que impunha para isso “uma pressão muito grande”.

“Eu sou uma pessoa que me imponho muita pressão e disciplina e quero sempre tirar o melhor de mim. No fundo, eu tentei sempre fazer o melhor e dar o melhor”, assegurou Miguel Vicente, acrescentando que, além de “uma experiência social”, “aquilo é um trabalho”.

“Tudo aquilo a que me dedico eu dedico-me a 300 por cento e, aí está, eu senti que, a determinado ponto, eu não estava a ser valorizado o suficiente e que as imagens andavam muito à volta daquilo que se estava a passar. Mas é a minha opinião”, contou Miguel Vicente.

Mais à frente, quando falava que a educação que os pais lhe deram passa pelo respeito pelo outro, Miguel Vicente foi questionado por Manuel Luís Goucha: “Você nunca fez isso, nomeadamente como concorrente do ‘Big Brother’?”.

“Ali o jogo é completamente diferente. Não vamos comparar”, respondeu Miguel Vicente. “Pode ser violento”, interpelou o comunicador. “Sim, ali, tudo é extrapolado, tudo é completamente diferente da realidade. As pessoas vivem aquilo como uma realidade, mas aquilo não tem nada de real. A única coisa de real que aquilo tem é nós ficarmos completamente possuídos pelo jogo, porque a vida real é cá fora e nós, cá fora, temos outras escapadelas”, completou.

“E você orgulha-se daquele Miguel Vicente em todos os sentidos ou há coisas que você faria de forma diferente se não tivesse sido tão possuído pelo jogo?”, quis saber Manuel Luís Goucha. “Não, eu orgulho-me bastante da pessoa que fui, do jogador que fui, da pessoa que sou. Não mudava nada”, sublinhou o ex-concorrente.

O apresentador quis saber ainda se “aquele jogador” não prejudica a pessoa que Miguel Vicente é: “Não, não. Eu sei separar. Eu separo muito bem as coisas. Lá dentro é um jogo, eu encarava aquilo como um trabalho e sentia ali fragilidades, momentos de oportunidade para intervir, para puxar uma reação”.

“É claro que aqui, cá fora, numa conversa com um amigo ou com uma amiga, nunca iria fazê-lo, mas, lá dentro, eu procurava reações, queria estar sempre na linha da frente, ao mais alto nível. Agora, isso traz outras consequências, que é a pressão, é a ansiedade”, rematou Miguel Vicente.