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Joana Marques analisa entrevista de José Cid: “Prefere o monólogo”

"Já ele, se tivesse nascido em Nova Iorque, era o maior artista de todos os tempos… desculpem, realmente, enganei-me... ele é o maior artista de todos os tempos", disse Joana Marques.

Ana Ramos
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Joana Marques analisou, esta sexta-feira, no “Extremamente Desagradável”, na Rádio Renascença, e entrevista de José Cid ao podcast “Posto Emissor”, da Blitz.

“Sabem aqueles hábitos, tipo todos os fins-de-semana lavar o carro? Ou todos os domingos ir comer cozido ao mesmo sítio? Eu tenho um. Que é todos os meses, de preferência na terceira sexta-feira de cada mês, ouvir uma entrevista de José Cid. Se não tiver saído nenhuma nova, ouço antigas, porque são todas muito semelhantes. Mas, felizmente, temos material fresquinho, acabado de sair”, começou por dizer a humorista

Joana Marques começou por analisar o momento em que o cantor fala de William Shakespeare e Gil Vicente.”É um poema absolutamente genial de um homem esquecido, que não tem nada a perder com Shakespeare, só que nasceu em Portugal”, disse José Cid. “Há sempre mérito nas ações de José Cid, se não é o mérito de ter escrito, é, pelo menos, o mérito de ter escolhido. E saber escolher não é para qualquer um, de facto. Eu que o diga, que, sempre que vou jantar fora, escolho mal. É um talento que eu tenho”, comentou Joana Marques.

“Ninguém tem coragem para dizer as verdades e as verdade são para se dizer. Neste caso, é José Cid é o maior artista da sua geração… desculpa, de todas as gerações, as passadas e as vindouras”, acrescentou.

“Não me canso de ouvir José Cid, não tanto ao rock sinfónico, não oiço muito, mas às entrevistas. Ele preocupado com o seu público, tipo eu, aqueles que ouvem todas as entrevistas, aqueles maiores fãs e, sabendo que já decorámos todas as partes do seu currículo, brinda-nos agora também com o currículo dos seus músicos”, disse Joana Marques, que ironizou ainda o “selo de confiança José Cid”. “Não é nada estranho [uma obra de José Cid]! Quem melhor do que José Cid para avaliar José Cid? É quem o conhece há mais anos, é o maior especialista em José Cid da Península Ibérica”, continuou.

“Outra coisa que faz muito bem, mais uma para juntar à longa lista, é a desconsiderar pessoas. Ele desconsidera cá com uma pinta que eu invejo”, afirmou a humorista. “Depois de ter ficado ofendido por terem confundido a sua obra com a de John Lennon, eis que José Cid fica exaltado por ser comparado com Roger Waters. Até tenho medo do dia em que lhe digam que canta tão bem como Frank Sinatra”, brincou Joana Marques.

A dado momento, Joana Marques dá ainda uma novidade: “Ah pois. Esqueci-me de vos dizer, mas esta entrevista era de José Cid e de Tozé Brito… Mas enquanto Tozé é adepto do diálogo, Cid prefere o monólogo”.

“Apesar das grandes diferenças entre os dois, percebemos que Tozé e José são amigos e que, não só têm em comum o gosto pela música, como o desgosto pelas novas gerações. Atenção que não estou a tomar as dores das novas gerações, porque eu concordo com eles, até porque toda a gente sabe que eu, por dentro, tenho 73, portanto, estou do lado dos seniores neste debate. Por exemplo, já me enerva um bocado tiktokers, é sinal que estou velha”, declarou, referindo que “resta saber se Tozé Brito sempre foi assim ou se isto é da exposição prolongada a José Cid”.

Joana Marques recordou ainda uma comparação que José Cid fez: “Ele agarra-se muito nesta ideia de que se a Madonna tivesse nascido na Chamusca não era ninguém. Já ele, se tivesse nascido em Nova Iorque, era o maior artista de todos os tempos… desculpem, realmente, enganei-me… ele é o maior artista de todos os tempos, mas, se fosse americano, não tinha de estar sempre a dizê-lo, toda a gente o saberia”.

Joana Marques comentou também sobre “a sintonia” da dupla José Cid e Tozé Brito, que é “comovente”. “Cid e Tozé já casaram há muito tempo, mas, por este andar, o divórcio já deve estar próximo. Ou isso ou, então, continuam para sempre a rezingar, a embirrar um com o outro e com o Salvador Sobral, o Jay-Z, o Roger Waters, o Charles de Gaulle, o Mário Soares, etc.”, disse.

Veja aqui o programa e o podcast aqui.