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Joana Barrios recorda doença mental do pai biológico: “Escutar é essencial”

Carolina Pereira
3 min leitura
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Joana Barrios partilhou um longo desabafo sobre o pai biológico e refletiu sobre a importância da saúde mental.

Joana Barrios recorreu às redes sociais para partilhar uma longa reflexão sobre o pai biológico, no dia em que este celebraria mais um aniversário. A apresentadora referiu que, apesar de não ter sido uma pessoa  ‘muito espetacular’, sentia uma grande empatia.

O senhor da fotografia chama-se Zé Luiz e é o meu pai biológico. Decidi chamar-lhe assim quando morreu e processei finalmente o seu impacto na minha vida. Comecei nessa altura, aos 23, a fazer psicoterapia para assimilar e fazer as pazes“, começou por contar.

A atriz confessou que não fala sobre o pai “por respeito aos que ainda vivem e com quem vivo”.

No entanto, e porque ele é parte daquilo que sou, o 21 de Dezembro é sempre um dia complexo de viver, porque era o dia do seu aniversário. Muito simbólico, cristão – como ele. Os meus pés são iguais aos dele. A caligrafia. O gosto por alfarrabistas, antiquários e conservação também vem daí. (…) Foi através dele que percebi o verdadeiro significado de empatia“, acrescentou Joana Barrios.

Nesta história sou a criança que fez o caminho do adulto, sou a criança que decidiu não odiar o adulto, mas antes empreender todos os esforços para tentar compreendê-lo. A pessoa e o seu contexto. O Zé Luiz era um fulano inteligentíssimo que se deixou consumir por uma doença mental não convenientemente tratada, agravada por um alcoolismo latente desde a adolescência e por uma identidade que por medo nunca reclamou“, revelou.

Joana Barrios referiu ainda que o pai teve “uma infância terrível”, e que, apesar do pai lhe ter dado vida, deu também a necessidade de se sentir amada pelos outros e se provar que vale a pena.

Apesar de tudo, escolho olhar para o Zé Luiz como uma das figuras extravagantes da minha mitologia, porque é assim que se tornou confortável e até divertido recordá-lo. Reconheço a dor que infligiu (…) Nunca o odiei. Lamento nunca lhe ter dito em vida que o compreendia e que tinha para com ele compaixão, perdão e até a possibilidade de iniciarmos uma nova relação. Mas nunca chegou a acontecer“, lamentou.

Numa nota final, a amiga de Cristina Ferreira referiu: “Decidi hoje escrever sobre ele, honrar o que me resta da sua memória e partilhar que nada está cristalizado e que escutar é essencial para avançar. Não posso dizer que sei que me iria compreender ou que iria gostar do que imaginei para ele, posso apenas imaginar que sim e fixar mais esse pedaço na sua cartografia“.

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