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Joana Amaral Dias esclarece: “Quem interpôs uma ação contra a minha madrasta foi o Ministério Público”

“Na perspetiva do Ministério Público, havia indícios, bastantes, para fazer a acusação de ofensas corporais físicas agravadas à minha madrasta."

Ana Ramos
6 min leitura
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Joana Amaral Dias esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, esta segunda-feira, na TVI, e falou sobre a acusação feita à sua madrasta, em relação à morte do seu pai.

“Eu não interpus nenhuma ação contra a minha madrasta. Isto é preciso ficar muito claro aqui, porque isso não é verdade. Quem interpôs uma ação contra a minha madrasta foi o Ministério Público”, esclareceu.

“Esta história é completamente diferente, não tem nada a ver com o processo do INEM. O facto de o meu pai ter morrido sozinho na rua sem assistência médica é um processo que – pasmem, mas é verdade – ainda estamos à espera que tenha um desenlace, embora tenha sido em 2019 e nós estejamos agora em 24. Isto é Portugal, very typical [muito típico], mas isso é outra história”, acrescentou Joana Amaral Dias.

De seguida, Joana Amaral Dias descreveu a “história sobre a putativa tentativa de homicídio” do seu pai: “Depois do AVC, em 2017 e 2018, para contar a história como ela foi, porque acho que toda a gente vai gostar de saber como é que foram as coisas… Em 2017, 2018, o meu pai tinha várias comorbilidades associadas. Tinha problemas respiratórios, etc. estava medicado, por aí fora”.

“De repente, o meu pai começa a fazer internamentos estranhíssimos. Resumindo muito a história: numa hora estava bem (…), eu falava com ele ao telefone e estava tudo bem, ou ia lá a casa e estava tudo bem e, de repente, ele parecia que estava a desmaiar, a falecer… e isto aconteceu várias vezes”, continuou Joana Amaral Dias, referindo que o seu pai chegou a ser transportado de emergência para o hospital “em várias destas ocasiões”.

“Estranho. O que se estava a passar? Nunca ninguém nos clarificou isso. Não nos davam informação, até porque a minha madrasta, naturalmente sendo legitimamente casada com o meu pai, era a pessoa que tinha acesso diretamente à informação”, prosseguiu Joana Amaral Dias.

“O meu pai estava bem num minuto, no minuto a seguir, parecia que estava a partir para o outro lado. Nós somos muitos irmãos, eles naturalmente diziam que já tinham dado a informação a quem de direito”, explicou Joana Amaral Dias.

“Até que um dia, o meu pai é internado nos Capuchos e aí há uma médica que nos diz que há uma intoxicação com benzodiazepinas, ou seja, que ele tinha uma dose elevadíssima de benzodiazepinas. O meu pai era médico e, além de ser médico, tinha um doutoramento nesta área de toxicologia. O meu pai nunca iria sobremedicar-se. Podia automedicar-se, como fazem muitos médicos – está errado, mas como fazem muitos médicos -, mas o meu pai tinha uma noção clara das dosagens”, afirmou Joana Amaral Dias.

De acordo com Joana Amaral Dias, o seu pai não perdeu capacidades cognitivas após o AVC: “A única coisa que teve foram sequelas físicas graves, sobretudo da parte direita, não cognitivas”.

“Na sequência disto, já se tinha repetido tantas vezes que eu e os meus irmãos chegámos à conclusão de que alguém estava a fazer-lhe mal. E Fomos à Polícia Judiciária fazer uma queixa de tentativa de homicídio por desconhecidos, pois nós não sabíamos quem é que estava a intoxicar com benzodiazepinas o meu pai”, explicou Joana Amaral Dias.

“A Polícia Judiciária faz a sua investigação, fala com os médicos, recolhe relatórios médicos, exames, fala com as partes todas, com o meu pai, com as pessoas que trabalhavam em casa do meu pai, com os filhos e acusa a minha madrasta. É o Ministério Público que deduz a acusação”, clarificou Joana Amaral Dias.

“Na perspetiva do Ministério Público, havia indícios, bastantes, para fazer a acusação de ofensas corporais físicas agravadas à minha madrasta e foi esse processo que seguiu. Não fui eu que fiz queixa contra a minha madrasta”, indicou ainda Joana Amaral Dias.

“A vida do meu pai ia estar em tribunal a ser discutida, porque, quando tu abres uma caixa destas, a gente vasculha as fichas de saúde da pessoa, o que é que ela comia, quando é que dormia e etc. E eu achei por bem, embora nós sejamos cinco irmãos, constituir-me assistente no processo do Ministério Público. Porque achei que a vida do meu pai, a memória do meu pai não ia ficar sozinha em tribunal. Como é evidente, alguém deveria estar ali a representá-lo e foi só isso que eu fiz”, concluiu Joana Amaral Dias.

Veja aqui uma parte da conversa.

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