A TVI emitiu, esta sexta-feira, uma entrevista exclusiva a Carlos Sales, que terá sido atropelado pelo cantor Ruben Aguiar em abril do ano passado, e divulgou ainda as imagens do sucedido.
“Recordo-me que eu ia a atravessar a estrada na área de serviço e vi um carro vir do lado direito, coisa que é impossível porque é proibido. Ou seja, eu conheço a área de serviço, já frequento há algum tempo a área de serviço e sei que é proibido e chamei a atenção do senhor”, começou por dizer.
“O senhor nem esteve com meias medidas de perguntar se estava bem, se estava mal, simplesmente, perguntou-me quem eu era. E eu disse: ‘Continuo a dizer, a saída é para o outro lado’. E esta foi a conversa que a gente teve, a discussão que a gente teve quando ele saiu do carro. Quando ele voltou a entrar dentro do carro, virei costas e fui-me embora, pensando que estava tudo sanado”, relatou Carlos Sales.
“De um momento para o outro, dou por mim no chão e vi pessoas a segurarem-me para eu não me levantar, que eu estava todo partido”, contou o homem que terá sido atropelado por Ruben Aguiar.
“Eu continuo a dizer que a saída é por ali e ele continua a perguntar ‘mas quem és tu?’, como quem diz eu não sou autoridade, eu não tenho nada que lhe dizer nada, sou uma pessoa como ele. Só o estava a chamar a atenção, não o estava a agredir, não lhe estava a fazer nada”, garantiu Carlos Sales.
Carlos Sales confessou que não se recorda “totalmente dos factos, mas, olhando para o vídeo, vê-se perfeitamente que o carro vira as rodas para o lado direito”: “Que é para onde eu estou. Quando vira as rodas e avança, a carrinha levanta um bocadinho à frente, que é quando ele passa com a roda da frente por mim e, depois, com a roda de trás também”.
“Há quem diga que ele passou duas vezes, não. Ele passou com a roda da frente e com a roda de trás. No vídeo, vê-se bem isso, não sou eu que estou a inventar, não sou eu que estou a dizer, é o vídeo. Eu simplesmente disse que alguém passou com o carro por cima de mim e, depois de ver o vídeo, eu vejo bem que aquilo ele passa com as duas rodas por cima de mim”, clarificou Carlos Sales.
“Claro que a senhora [companheira de Ruben Aguiar, Isabel Pinto] tem de defender o marido e não digo o contrário, agora, a sentença pode ser uma sentença que ele possa pensar no mal que fez. Dias maus todos nós temos… quantas vezes eu tenho dias maus”, acrescentou Carlos Sales.
Carlos Sales comentou que não sentiu “arrependimento” por parte de Ruben Aguiar, embora o cantor lhe tenha pedido desculpa no tribunal: “Tanto não senti arrependimento que as várias entrevistas que ele deu… no tribunal, praticamente, foi a mesma conversa, que só passou por cima de um pé e que não deu conta”.
“Ele passou por cima do pé, da perna, das costelas.. partiu-me o maxilar… eu estou cheio de placas no corpo quase todo e o senhor Ruben diz que só passou por cima de um pé”, sublinhou Carlos Sales.
“Acho que a juíza fez aquilo que devia fazer. Dentro da lei, fez o que devia ser feito. Acho que a pena é ajustada”, considerou a vítima, que terá sido atropelada por Ruben Aguiar e que teve de realizar três operações até aos dias de hoje. O tribunal de Almada condenou Ruben Aguiar a uma pena de prisão de cinco anos e seis meses de prisão efetiva
Além disso, Carlos Sales comentou ainda acerca do “Dois às 10” desta quinta-feira: “Eu acho que os apresentadores não devem tirar partido de uma parte nem outra. Eu sei que eu não sou conhecido, eu sei que eu não sou famoso, não sabem quem eu sou, mas os apresentadores creio que não devem tirar partido de ninguém”.
“Podem opinar, agora tirar partido… dizer que a sentença é muito grande, que ele está integrado na sociedade… Então e eu? Como é que eu fico? Se não fosse a família, ainda era pior. A minha família tem-me dado muito apoio”, completou Carlos Sales.
“Em tribunal, ele virou-se para trás e disse: ‘Quero pedir desculpa publicamente ao senhor Sales’. Mas foi em tribunal e nada mais, não fez mais nada. E até a juíza diz que não foi um pedido de desculpas sincero”, contou Carlos Sales.
Veja aqui as imagens das câmaras de videovigilância e aqui a entrevista realizada a Carlos Sales.
