Conheceram-se num bar da Ribeira do Porto e não se largaram mais. João Paulo Rodrigues e Pedro Alves não só trabalham juntos, como mantém uma amizade para a vida. Para o ano, celebram 20 anos de carreira e já têm vários projetos em mente.
Como é que nasceu esta amizade? Ainda se recordam quais foram as primeiras impressões que tiveram um do outro quando se conheceram?
Pedro Alves: Conhecemo-nos num bar na Ribeira do Porto, o Púcaros, na altura uma referência nas noites e comédia. A primeira impressão que tive do Jota e da noite foi de espanto total em estar num sítio onde se contavam anedotas e cantavam músicas sem qualquer censura…. Gostei tanto que quando dei conta já contava o fim das piadas. Foi nessa altura que o Jota me desafiou ir ao palco…. E eu fui!
O que é que apreciam mais no trabalho um do outro?
Pedro Alves: Acima de tudo aprecio a resiliência do Jota.
João Paulo Rodrigues: A capacidade que ainda temos em nos fazer rir um ao outro!
O ‘Telerural’, na RTP1, foi um enorme êxito. Como é que lidaram na altura com o sucesso?
O sucesso não nos apanhou desprevenidos. Na altura, já éramos conhecidos por causa da rádio e dos espetáculos. Obviamente não estávamos preparados para sermos identificados pelo público em geral a que a TV nos expôs, mas foi sempre algo pacífico e tranquilo.
O sucesso das vossas personagens, Quim Roscas e Zeca Estacionâncio, foi tão grande que saltou para o cinema, com um filme realizado pelo Nicolau Breyner: ’7 Pecados Rurais’. Como foi trabalhar com ele?
Trabalhar com o Nico foi muito gratificante, principalmente por ele tinha a mesma linha de pensamento/ação que nós, e quando é assim tudo é muito melhor e fácil. Grande Nico!
São muitos os artistas que se têm queixado da falta de apoio nesta fase da pandemia covid-19. Como é que lidaram com estes momentos mais complicados. Concordam também com esta ideia que a cultura é pouca apoiada em Portugal?
A nossa principal preocupação foi não nos desligarmos do nosso público, por isso durante o confinamento todos os domingos à noite fazíamos na nossa conta do instagram a “Palavra dos Senhores”, onde basicamente falávamos trivialmente de assuntos com muita estupidez e asneira à mistura.
Preocupa-nos muito todo o pessoal que está por trás de nós e que esteve parado meses porque os espetáculos físicos não aconteciam. Felizmente as coisas já começam a acontecer… mas continuam muito longe do que eram. Nunca achei que houvesse falta de apoio na cultura em Portugal, particularmente, no período que estamos a passar, penso que podia haver mais pró-actividade a facilitar as novas ideias e novas soluções que têm sido propostas!
Para o ano, em 2021, celebram 20 anos de carreira. Como é que vão celebrar esta data especial? Já têm alguma coisa preparada?
Se tudo correr como o previsto, teremos dois grandes espetáculos no Porto e Lisboa, um filme e ainda uma surpresa na televisão.
O que é que gostavam de fazer ainda juntos que ainda não foi possível concretizar?
Nunca premeditámos nada na nossa vida profissional, as coisas foram acontecendo…. Queremos, acima de tudo, concretizar sempre da melhor forma os nossos desafios!
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