Júlia Palha foi uma das mais recentes convidadas de Rui Unas no podcast “Maluco Beleza” e falou sobre o seu percurso profissional e a sua posição enquanto figura pública.
Entrou no mundo da representação aos 15 anos e já não pretende sair. No entanto, tem uma opinião vincada sobre as críticas que são dadas no mundo online.
Nos primeiros projetos que realizou a nível da representação, acredita que “fazia sempre tudo igual”: “Só há dois ou três projetos para cá é que passei a conseguir sair de uma cena e dizer ‘boa, gostei, senti que houve verdade’. Porque, às vezes, vai haver muita gente que vai ver o meu trabalho e vai pensar ‘não gosto dela, não gosto do registo dela enquanto atriz, ou nesta personagem ela não resulta, ou até resulta e faz mais ou menos’”.
“Se calhar, passei há pouco tempo a permitir-me fazer diferente, a permitir-me explorar e a sentir ‘ok, há verdade no que eu estou a fazer’. Mesmo que lá em casa não gostem, mesmo que esteja um bocadinho igual à personagem anterior, eu comecei a sentir verdade no que eu estava a transmitir, nas minhas palavras, nos meus sentimentos e, a partir do momento em que há verdade, já é muito gratificante e já te sentes realizado”, explicou, acreditando que “as pessoas, às vezes, são um bocadinho críticas com quem faz arte”.
Júlia Palha falou também sobre o “ódio” transmitido online e sublinhou que acredita que se pode ser uma “mulher confiante e, ao mesmo tempo, profissionais e talentosas e sensuais”. “Ainda hoje tenho o medo de querer falar sobre isso e de pensar ‘ok, sou uma mulher bonita, mas eu também posso ter talento’. E, depois, há quem venha ‘mas quem é que disse que és uma mulher bonita?’”, continuou.
“Vai sempre haver uma maior crítica quando tu tens um perfil que vende, não tem tanto a ver com seres uma cara bonita. Se tens sucesso, as pessoas vão ter inveja do teu sucesso, ou as pessoas que não estão tão felizes vão ficar insatisfeitas e vão querer fazer algum tipo de crítica, que é o que cada vez mais acontece na internet”, defendeu, referindo que “é muito fácil” criticar “à distância de um teclado e de um clique”.
“Vem mais das mulheres contra mulher, das pessoas do meio e, se já é uma batalha tão grande cresceres e perceberes quem é que tu és e o que tu queres para a tua vida, é uma batalha um bocadinho maior ainda sendo mulher e ainda mais difícil sendo na televisão e a tua imagem sendo exposta a toda a hora”, comentou Júlia Palha.
“Não é porque sou uma miúda que tem o mínimo dos complexos em fazer campanhas em lingerie ou em pôr uma fotografia de biquíni na praia que eu não tenho conteúdo”, declarou ainda a atriz, afirmando que repensa em mudar o posicionamento “todos os dias”. “Todos os dias, tens de fazer uma certa lavagem e triagem do que é que eu estou aqui a fazer? Isto está certo? Vou, sem fugir à minha essência, tentar trabalhá-lo e ser um bocadinho melhor”, afiançou Júlia Palha.
“Quando és figura pública, de repente, és obrigada a fazer tudo bem a toda a hora quando eu sou uma miúda de 24 anos que está como tanta gente de 50 anos ou mais ainda a descobrir o que está aqui a fazer e a querer errar para fazer melhor. E, às vezes, esperam que estejas logo a 100%”, notou.
