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Viúva de Armando Gama recorda violência doméstica e afirma: “É injusto julgarem a vida dele por uma situação pontual”

Vanessa Jesus
3 min leitura
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Bárbara Barbosa, viúva de Armando Gama, esteve esta segunda-feira no programa ‘Goucha’ e  falou sobre os casos que levaram à acusação de violência doméstica do cantor.

A viúva de Armando Gama quebrou o silêncio sobre a violência doméstica, que diz ter sido vítima por parte do cantor,  numa entrevista a Manuel Luís Goucha.

“Ele disse-me: ‘Já que me acusaste de violência doméstica, então vais saber o que isso é’. Prendeu-me no sofá e deu-me um ligeiro murro na cabeça. E depois ficou a segurar-me mais pelo pescoço. Isso foi um bocado assustador”, disse, num teaser divulgado pelo programa.

Já em conversa com o apresentador no direto, Bárbara Barbosa explicou que foi o cancro que alterou o comportamento do artista.

“Ele demonstrava ser ciumento pontualmente. Tinha colegas de escritório que eram homens e trabalhávamos em dupla. A demonstração podia demorar uma hora ou duas e meia e ele perguntava: ‘Onde é que estás? Porque estás a demorar? Com que colega estás? [A violência] primeiro foi muito devagar, eram só situações pontuais, depois da segunda para a terceira é que já começava a crescer mais depressa, a acelerar”, começou por dizer.

“Era violência psicológica, mas não eram insultos para mim, ele tinha grande dificuldade a lidar com a descolonização. Houve um dia em que me impediu de sair de casa para trabalhar. Depois eram os insultos a políticos ligados à descolonização. Ele agarrava-me e obrigava-me a ouvir. Eu disse: ‘Ou paras ou eu vou para o quarto de hóspedes, porque tenho de trabalhar’. No dia a seguir perguntava-me porque é que tinha ido, não se lembrava”, explicou.

 “Eu contei os vários fatores físicos que vinham acontecendo com o Armando e o psiquiatra disse-me que era sinal de tumor no cérebro: tudo o que era frio, ele sentia gelado, começou-se a esquecer das letras, que sabia de cor, sentia cheiros do nada”, disse ainda.

A viúva de Armando Gama explicou que por ordem do tribunal, este não podia aproximar-se dela. “Eu cometi um erro muito grave, nunca pensei que se tornasse público. Foram apresentadas três queixas e nunca se soube, só quando foi a julgamento. Achava que nunca ninguém ia saber”, justificou.

“A minha ideia não era a separação, era ele fazer um tratamento para voltar a ser quem era. (…) Não quero que resumam o Armando a três meses da vida dele quando ele viveu 67. É injusto julgarem a vida dele por uma situação que foi pontual e motivada por uma doença”, rematou.  De recordar que Armando Gama faleceu em janeiro passado, vítima de um cancro.

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