Virginia López foi uma das convidadas de Manuel Luís Goucha, esta quarta-feira, na TVI, e explicou o porquê de ter aceitado partilhar a sua história em televisão.
“Normalmente, como jornalista, contava na terceira [pessoa], mas, hoje, venho na primeira pessoa… Mas acredito que isto não é só uma pedra minha, é de muitas mulheres e por isso é que também hoje estou aqui. Pela primeira vez que estou na televisão, é o dia que mais me custa, precisamente por ser mais íntimo”, disse.
Virginia López contou que não esperava que as fotografias que tem partilhado tivessem a repercussão que tiveram: “O mais bonito destes dias tem sido receber muitas mensagens de muitas mulheres, todas a dar força, a dizer ‘Eu já passei’ ou ‘Estou a passar’ e isso é que me deu uma vontade ainda maior de dizer ‘Ok, então, se o Goucha me permite ter voz por essas mulheres todas, sinto-me também na responsabilidade – mesmo sendo uma coisa íntima – de dar voz”.
Uma das partilhas de Virginia López, que anunciou que tem cancro da mama nas redes sociais, foi uma imagem sua de cabelo rapado: “O que está por detrás dessa fotografia é o texto e é exatamente isso que eu conto, que pensava que isso ia ser um momento difícil”.
“O meu marido – que está sempre presente na minha vida – fez com que fosse um momento muito bonito, porque ele é que quis ser ele a rapar e não ir a um cabeleireiro e a fazê-lo com a minha família. Acabou por ser uma coisa até divertida! Levámos na descontração de cortar assim um cabelo logo no início e, depois, passar para o rapar”, contou.
“Quando me olhei no espelho, senti-me leve e senti-me livre e até confortável, que é uma realidade que eu não conhecia. Ou seja, sempre a olhar para o que eu ganhei: Ganhei conforto, ganhei liberdade, ganhei ‘Olha, até sou bonita’. Não contava com isto”, acrescentou Virginia López.
A escritora comentou que “a parte mais difícil” é a queda do cabelo: “Acho que aí é como morrer aos poucos. Não é morrer, mas é um pouco como no outono, sentimos as árvores e as pessoas ficam mais deprimidas quando sentimos as folhas a cair… e tudo renasce. Haverá uma primavera. Vamos ver, dizem que sai diferente”.
“Eu acredito que muitas mulheres antecipam-se, quando começa a cair, e rapam logo. Foi o que eu fiz e essa decisão acho que nos dá muita coragem: ‘Ok, isto está a acontecer, mas eu volto a comandar as minhas decisões e as minhas escolhas’”, disse Virginia López.
Veja uma parte da conversa aqui e aqui.