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«A TVI tem procurado respeitar a dor de quem sofre»

David Soldado
2 min leitura

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social abriu esta segunda-feira um processo de averiguações a uma reportagem emitida na TVI no passado domingo sobre os incêndios em Pedrógão Grande, na qual se vê a imagem de um cadáver. Mais de 100 participações, entenda-se queixas, levaram a uma posição do regulador dos media que, entretanto, pediu uma acrescida «sensibilização profissional» à imprensa portuguesa.

Por sua vez, a estação de Queluz de Baixo não entende o motivo que levou a ser alvo de um processo. É escrito em comunicado que a direcção de informação não «recebe lições de ninguém sobre sensibilidades profissionais» e que o cumprimento do «nosso papel de órgão de comunicação social» vai ao encontro «dos mais profundos sentimentos que abalam o povo português», apesar de haver também a obrigação de manter a população «informada, vigilante e exigente».

A TVI alega, ainda, que existem meios de comunicação a seguir outras «opções editoriais» e que estas não têm tido um impacto semelhante ao sofrido pelo canal nem «julgamentos morais com critérios que não são explicados». «[Vários] órgãos de comunicação social decidiram revelar fotos de crianças que morreram nos incêndios. Outras televisões abriram os principais serviços noticiosos mostrando corpos espalhados no chão, enfatizando o gigantesco cemitério em que num ápice se transformou aquela que fica para a nossa memória coletiva conhecida como a estrada da morte», leia-se em comunicado onde é reconhecido também um «evidente relevo informativo» na reportagem emitida.

«Estava efetivamente um cadáver, estendido há muitas horas e tapado com um lençol branco – a pior das metáforas da incapacidade da assistência civil atender todas as populações que foram implacavelmente atacadas pelas chamas […] Esta circunstância confere um evidente relevo informativo, que não compete ao regulador definir», esclarece a direção.

Redactor.