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Será de vez? A terceira tentativa de compra da Media Capital

A. Oliveira
3 min leitura

Será que à terceira tentativa a Prisa vende mesmo o grupo Media Capital? Esta dúvida assombra, por estes dias, muitos dos analistas dos mercados financeiros, tudo porque a Autoridade da Concorrência (AdC) bloqueou as duas últimas tentativas de alienação do grupo dono da TVI. 

A reflexão é feita pelo jornal Eco, que recorda todas as contrariedades com as quais a Altice/Meo e a Ongoing se confrontaram na hora a AdC travou os negócios, ainda que tivessem tudo acordado com a Prisa para comprar o grupo.

O jornal recorda que, no caso do negócio da Altice (2018), a AdC assumiu que a operação traria custos na ordem da centena de milhar para as empresas concorrentes com o risco da Altice passar a deter  “um nível de poder económico que lhe daria a capacidade e o incentivo para implementar diversas estratégias de encerramento dos mercados à concorrência”, podendo a operadora exigir mais dinheiro aos concorrentes para a distribuição dos canais do grupo ou bloquear o acesso aos canais do universo Media Capital.

Já no caso da Ongoing (2009), que tem consigo bastantes semelhanças com a situação da Cofina, foi a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) a travar o negócio, uma vez que a empresa era dona de 23% do grupo Impresa, tendo o regulador exigido que a Ongoing vendesse a sua posição no grupo dono da SIC, uma vez que, sem essa operação a empresa passaria a ter duas posições de relevância nos dois canais privados de televisão, podendo ameaçar o pluralismo dos mesmos.

Com o parecer desfavorável da ERC, coube à AdC chumbar a operação, uma vez que é a entidade responsável na hora de analisar concentrações de capital.

Ora, tal como em 2009, a AdC deverá também pedir um parecer à ERC, uma vez que o pluralismo assume-se como uma das grandes preocupações face à concorrência.

Sendo a Cofina detentora do canal por cabo CMTV, é previsível que este seja um dos grandes focos do regulador para a comunicação, podendo ser necessário preparar a fusão do canal com a TVI 24 ou então a venda do mesmo a outra empresa.

O Eco Insider divulgou, entretanto, algumas das ‘cartas’ que estão em cima da mesa, sendo que os últimos dados apontam para que a Cofina esteja disposta a pagar um múltiplo entre cinco a seis vezes o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Media Capital, podendo o valor do negócio rondar os 230 milhões de euros.

A Cofina poderá ter ainda um apoio importante para a aquisição do grupo Media Capital, uma vez que Isabel dos Santos se está a preparar para ser sócia da Cofina na operação.