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‘Senhor Alberto’ dançou 23 anos com a irmã: “Senti um vazio tão grande”

Alberto Rodrigues fez par na dança com uma das irmãs, mas, duas décadas depois, decidiram deixar de competir.

Ana Ramos
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Alberto Rodrigues, também conhecido como ‘Senhor Alberto’, foi um dos convidados de Manuel Luís Goucha, esta terça-feira, na TVI, onde foi surpreendido pelos irmãos e a esposa.

A dança entrou cedo na sua vida e foi “muito importante para ajudar a criar desbloqueios”, já que sempre foi “muito recatado, tímido”: “Era pequeno e, cada vez que tivesse oportunidade de vir dançar à televisão, para mim, era um terror”. Contudo, refere que, “em termos de dança, quando entrava para competir”, nunca se sentiu “envergonhado”, pois o foco era a dança.

Alberto Rodrigues acredita que acabou por se interessar pela dança, “um pouco”, pelo facto de o seu irmão já estar nesta área. E foi, inclusive, contra ele que perdeu os dois primeiros campeonatos: “O primeiro campeonato que perco foi para o meu irmão”. “Acho que aprendemos muito mais quando perdemos do que quando ganhamos. Aprendemos a gerir e a trabalhar mais, com mais afinco e focar”, continuou.

Quando teve de escolher a área profissional, Alberto Rodrigues estava indeciso. “Sabia que gostava muito de dança, sabia que gostava de matemática”, afirmou, referindo que acabou por entrar para medicina dentária, que a irmã também seguiu. No entanto, como sempre teve “muito pavor de sangue”, acabou por perceber que ali não se iria sentir realizado.

Mais tarde, entrou em engenharia agroindustrial, onde esteve dois anos “a não fazer nada”, e, como já ganhava dinheiro, na altura, a dar aulas de dança, formou-se nessa área. “Não sou rico, mas sou feliz. Tenho uma vida confortável e é o mais importante. Tudo o que considero preciso para uma pessoa ser feliz acho que tenho”, disse Alberto Rodrigues.

Durante mais de 20 anos, Alberto Rodrigues fez par com uma das irmãs, com quem sempre dançou e de quem fazia diferença de idades de um ano. “Sempre houve, ao longo de 23 anos, um respeito mútuo”, afirmou.

“Foi um ciclo muito importante nas nossas vidas, tanto em termos pessoais, como em temos de visibilidade do nosso país”, comentou a irmã do ‘Senhor Alberto’. “Ficou toda uma experiência que faz de nós aquilo que somos hoje, quer nas nossas vidas profissionais, quer nas nossas vidas pessoais”, acrescentou.

A decisão de deixarem de ser um par na dança foi, inicialmente, tomada por Alberto Rodrigues. “Foi uma decisão racional, porque sempre trabalhamos muito e fomos bem sucedidos cá em Portugal e fomos sempre ganhando e eu sabia que não se pode ganhar para sempre. Sempre apostei muito na formação e, como a dança tinha assumido um papel muito importante na minha vida, eu tinha decidido que era dança que ia fazer, achei que era importante sair naquele momento, enquanto campeão”, contou, explicando que a irmã tinha casado recentemente, nessa altura.

A irmã concordou com a decisão e o momento foi “difícil”: “Deixámos de competir no campeonato do Bombarral e, na segunda-feira seguinte, fomos treinar na mesma. Senti um vazio tão grande, porque, de repente, é como se não tivéssemos objetivos concretos e ainda continuamos a treinar durante um ano e tal. Depois, ela ficou grávida e deixámos de treinar. Continuámos a ter formação naquele período que não competíamos, mas faltava ali aquele objetivo de competição”.

Alberto Rodrigues recebeu ainda uma mensagem do pai, que é presidente da Sociedade Filarmónica Alunos Apolo, onde dá aulas, atualmente, e de um dos filhos. A mensagem deixou o bailarino emocionado, com um “nó na garganta, mas, ao mesmo tempo, já valeu a pena”.

O também professor de dança tem dois filhos, dos quais tem “muito orgulho”. O mais novo está a seguir as pisadas do pai na dança.

Alberto Rodrigues tornou-se conhecido pelo grande público quando participou no programa “Dança com as Estrelas”, na TVI, enquanto jurado. “Houve muita gente que veio para a dança por arrasto do ‘Dança com as Estrelas’. Teve um papel muito importante na divulgação das danças de salão e no seu desenvolvimento”, garantiu.

Veja mais sobre a entrevista aqui e aqui.