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Rodrigo Paganelli revela o segredo do sucesso de ‘Quer o Destino’: “menos é mais”

André Vilar
10 min leitura

Rodrigo Paganelli ficou conhecido do grande público pela sua participação nos Morangos com Açúcar e, desde aí, fez da representação um estilo de vida. Hoje não tem duvidas de que, mesmo com orçamentos curtos, Portugal consegue fazer projetos tão bons ou melhores do que no estrangeiro. Exemplo disso é Quer o Destino: novela que, segundo o ator, prima pela premissa ‘menos é mais’.

A Televisão – O público português já conhece o lado profissional do Rodrigo há alguns anos. Mas como é que se define enquanto pessoa? Quem é o Rodrigo Paganelli?
Sou um Luso Italiano sonhador. Um eterno romântico, que vive na constante busca pelo aperfeiçoamento enquanto ser humano e morador deste mundo maravilhoso que nos rodeia. Apegado à família e à Natureza acredito que estamos todos interligados e que, juntos, podemos tornar o mundo num lugar perfeito.

Por vezes uma profissão nem sempre é só uma profissão. Para si, ser ator é só uma profissão ou um sonho? No caso de ser um sonho, quando e como nasceu?
Para mim ser ator é dar vida às personagens que interpreto, é entreter o público, é o que faço no meu dia-a-dia, quer num palco, num estúdio, ou na vida. Mais do que uma profissão, é um estilo de vida. Gosto de suscitar nos outros emoções que desconhecem ou que de outra forma não desencadeiam assim com tanta facilidade. Esta paixão nasceu comigo e eu não a sei explicar, sei senti-la.

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Já chegou a fazer algumas dobragens para filmes infantis, certo? O que é mais desafiante num projeto como esse?
Sim, é verdade. Para mim, o maior desafio, neste tipo de trabalho, é conseguir dar uma vivência completa quase como se fosse transformar o formato 4D ( que é a dimensão em que vivemos) na dimensão de um boneco, que vive numa tela a 2 dimensões. No fundo, procuro tornar esse boneco ‘real’, gosto que pense, viva e sofra como um humano e é um processo diferente, mas apaixonante.

Embora já tivesse feito algum trabalho no que ao teatro diz respeito, o Rodrigo ficou mais conhecido do grande público quando integrou o elenco de duas temporadas dos Morangos com Açúcar. Quais as maiores recordações que guarda desse tempo e desse projeto?
Guardo os colegas com quem partilhava 12 horas diárias, 6 dias por semana, durante 2 anos da minha vida. As vivências, as experiências, as amizades, as paixões…era tudo partilhado com eles. Durante aqueles 2 anos os meus colegas foram a minha segunda família, e os estúdios dos MCA a minha segunda casa. Foi um processo muito intenso, muito rico, muito bonito. Nunca me irei esquecer.

“Diariamente recebo mensagens de pessoas que estão a ver, neste momento, os Morangos e é incrível como vivem a série da mesma maneira que o público vivia há 10 anos.”

Os Morangos continuam a ser transmitidos no Panda Biggs e, inclusive, está a ser transmitida a 7ª temporada, na qual o Rodrigo entrou. O público juvenil atual reconhece-o? Falam-lhe da personagem e da série?
Sim, apesar de ter feito mais de 20 projetos entre novelas, filmes e séries após os Morangos, continuo a ser conhecido como o Filipe – que era o meu personagem na série. Diariamente recebo mensagens de pessoas que estão a ver, neste momento, os Morangos e é incrível como vivem a série da mesma maneira que o público vivia há 10 anos. Os Morangos foram um fenómeno que continua a acompanhar as gerações e o carinho que nós recebemos do público dos MCA não tem igual!

Desde aí o Rodrigo passou a ser uma aposta constante na ficção da TVI. Há alguma personagem ou algum projeto que o tenha marcado de forma especial até agora?
Posso dizer que todos os projetos me marcaram muito! Com todos eles aprendi imenso, graças à equipa técnica e aos meus colegas. Mas recordo com muito carinho o “André” de O Beijo do Escorpião. Essa personagem marcou muito o público e acabou por me marcar muito também! Foi um ponto de viragem na minha carreira e lembro-me de receber imenso apoio da parte do público.

“Portugal consegue fazer projetos tão bons ou melhores do que no estrangeiro, com orçamentos bastante menores.”

Participou na novela Ouro Verde que conquistou um Emmy Internacional e reforçou a ideia de que a ficção nacional está de boa saúde e se recomenda. No entanto há ainda quem continue a acreditar que ‘o que se faz lá fora é que é bom’. O que falta à ficção portuguesa para provar ao público que é, de facto, de muita qualidade?
Primeiro que tudo, e para ser justo, poderia dizer que falta o investimento que existe nesses países que normalmente servem de comparação. Para conseguirmos igualar os projetos dos grandes mercados do audiovisual é fulcral que tenhamos uma boa base de investimento. Ainda assim, esse argumento perde força e verdade quando vemos que Portugal consegue fazer projetos tão bons ou melhores do que no estrangeiro, com orçamentos bastante menores. Tudo graças aos maravilhosos profissionais que temos na área. Acho que cabe a cada um de nós, portugueses, valorizar o que fazemos dentro da nossa terra e apoiar o máximo que podermos os produtos feitos cá dentro!

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E vamos falar de Quer o Destino. Como está a ser integrar este projeto?
Integrar este projeto está a ser muito desafiante e uma bênção. Somos um elenco pequeno mas cheio de talento e de boa disposição. Destaco mesmo a equipa, que é espetacular e que se apoia e motiva mutuamente! Está a ser uma escola a nível profissional e pessoal, na qual me divirto e posso dar asas à imaginação. A TVI apostou neste projeto e têm-nos tratado muito bem. Não podia estar mais feliz com a personagem que a Helena escreveu, com tanto carinho, o Hugo Paulo Reis, e estou bastante satisfeito por saber que tem cativado muito o público. Só tenho a agradecer a oportunidade que me foi dada e todo o feedback positivo do público.

Quais as maiores diferenças entre o Hugo (a sua personagem) e o Rodrigo? E quais as maiores semelhanças entre os dois?
As diferenças são o modo de estar, de falar, de se comportar. Diria que o Hugo é o oposto total do Rodrigo nesse sentido. As semelhanças são a honra, a relação próxima e pura com a família, os seus princípios e as virtudes que defende.

O que podemos esperar da sua personagem ao longo da trama?
Vai ser uma personagem que defenderá, até ao fim, o bem. O Hugo lutará pela justiça e pelos direitos dos trabalhadores, vai sofrer por amor e vai sacrificar-se pelo bem estar dos mais necessitados. Vão poder ver uma personagem humana e carismática.

“A premissa de “menos é mais” está a ser cumprida neste projeto e, isso, tem uma força inigualável.”

A TVI foi, durante muitos anos, dona e senhora da ficção em Portugal. O título agora é da SIC. Quer o Destino foi anunciada como o regresso às origens. Acha que este projeto é suficientemente forte para melhorar os dias do canal?
Tenho a certeza que ambos os canais fazem um excelente trabalho. A TVI é a minha casa e é dela que posso falar com a informação de quem nela ‘habita’. Posso dizer que a premissa de “menos é mais” está a ser cumprida neste projeto e, isso, tem uma força inigualável. Este projeto vive da história bonita e forte que tem. Nada foi esquecido – há personagens ultra reais que lhe dão a credibilidade de que o espectador precisa, tem atores que, com grande cumplicidade entre eles, se entregaram de corpo e alma. Quer o Destino tem uma equipa escolhida a dedo e eu, tendo o olhar de quem está ‘do outro lado’, posso garantir que vive de amizade e da dedicação ao trabalho de todos os profissionais em que os únicos objetivos são apaixonar o seu público e entregar o melhor resultado possível. Acho que vamos pelo bom caminho.