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Rita Salema alerta: “Ser ator não é ser figura pública”

André Vilar
6 min leitura

Já fez entretenimento, teatro, cinema e televisão. É conhecida pelo seu imenso sentido de humor e ninguém em Portugal nega o seu enorme talento. No ar em Ver Pra Crer (TVI), Rita Salema não tem dúvidas de que a televisão tem futuro. Mas alerta: é preciso “conquistar o público com histórias reais e para todas as gerações”.

A Televisão – Quando se fala em Rita Salema vem-nos logo à memória o seu talento como atriz, como humorista, como apresentadora e, até, como educadora. Há mais alguma área que a Rita adore e que os portugueses desconheçam?
Tenho outras paixões de vida, como ser mãe e cozinhar para a família e amigos.

Falando apenas, e só, na ficção: teatro, cinema ou televisão? Qual das três áreas é, para si, a mais desafiante? Porquê?
A mais desafiante é, sem dúvida, o Teatro. Temos um processo de trabalho muito rigoroso e intenso. Antes da apresentação ao público de um espetáculo, temos ensaios intensos, com uma duração de cerca de quase dois meses. É um desafio apaixonante que nos dá uma relação direta e diária com o público.

“É um privilégio, como atriz também de comédia, fazermos rir o nosso público”

 A Rita está ligada a muitas personagens, e séries, de humor. Mais do que rir, fazer rir é algo que a preenche enquanto atriz?
Claro que sim, é um privilégio, como atriz também de comédia, fazermos rir o nosso público. Claro que é sempre fruto de muito trabalho, é essencial um bom texto, um bom encenador, e, no caso da televisão, um bom produtor, realizador, guarda-roupa, maquilhagem e, claro, um bom elenco. Só assim, em conjunto, é que se consegue contar uma boa história, do drama à comédia. Estes são os ingredientes necessários para qualquer êxito.

Em Portugal, no entanto, se analisarmos as grelhas dos três principais canais são raros os projetos voltados para o humor. Acha que faz falta rir em televisão em Portugal?
Faz sempre falta. Humor é essencial à vida de todos nós. Mas o humor, em televisão, é algo difícil e nem todos os autores são autores de comédia. É essencial que um texto de comédia seja redigido por um bom autor de comédia. E até temos muitos, em Portugal.

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“Ser ator não é aparecer, ter muitos seguidores, não é ser figura pública”

Para além de atriz, a Rita dá também aulas a futuros (assim o esperemos) atores. Como é que vê esta nova geração de atores e atrizes? Acredita que a representação em Portugal tem um (grande) futuro?
Acredito na formação, acredito no Teatro e na televisão em Portugal, mas é urgente focarmo-nos na formação, na escolha de atores, no rigor, no profissionalismo, na dedicação, e na paixão de quem ama esta profissão. Ser ator não é aparecer, ter muitos seguidores, não é ser figura pública. Ser ator é muito mais do que isso. Somos verdadeiros contadores de histórias.

Participou na primeira temporada dos Morangos com Açúcar, aquela que é vista, por muitos, como a última grande escola de atores em Portugal. Recentemente anunciou-se o regresso da mesma mas foi cancelada. Qual é a sua opinião acerca disto? Faz falta um produto destes em Portugal?
Acho que há espaço e gerações para tudo. O público de televisão só precisa que estejam mais atentos aos seus gostos e escolhas. Eu adoro ver televisão. A maioria das novelas da Globo são um bom exemplo de como contar para o público de televisão. Histórias de amor, de guerra, de encontros e desencontros, etc. Mas, acima de tudo, histórias sobre e para todas as gerações, quer sejam filhos, pais, avós e bisavós. Histórias de famílias, a nossa realidade. Acredito que, assim, se conquista e mantém o público.

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“(É preciso) conquistar o público com histórias reais e para todas as gerações…”

E já que é de futuro que estamos a falar vamos fazê-lo no que diz respeito ao universo televisivo. O público tem migrado, cada vez mais, para os canais por cabo e a Internet. Acha que a televisão, como a conhecemos, tem os dias contados? Está…a morrer, como dizem?
Não, de todo. Se conquistar o público com histórias reais e para todas as gerações…

A Rita é das poucas atrizes, em Portugal, que se pode gabar de ter participado numa novela e numa sequela da mesma. Falo, claro está, de Jardins Proibidos. Como é que foi esta experiência de dar vida à Ju em 2000 e, 14 anos depois?
É sempre maravilhoso começar um novo desafio, voltar a viver a mesma personagem muitos anos depois é como começar uma nova novela, até porque neste caso a minha personagem tinha muito pouco do seu passado.

 Atualmente podemos ver a Rita como capitã de uma das equipas do concurso Ver pra Crer da TVI. Não é a primeira vez que está envolvida em concursos televisivos, mas como está a ser esta experiência?
Adoro fazer o Ver p’ra Crer, divirto-me e aprendo! Não podia ser melhor.