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Rita Rodrigues sobre JMJ: “Senti de perto a alegria contagiante dos jovens e a sua energia inabalável”

"Aquilo que eu senti é que havia bons valores entre estes jovens", disse Rita Rodrigues.

Ana Ramos
8 min leitura
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Rita Rodrigues acompanhou a viagem do Papa Francisco de ida e regresso ao Vaticano e também vários momentos da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e contou a experiência esta quarta-feira, no “Dois às 10”, na TVI.

A jornalista descreveu a experiência como “intensa e enriquecedora”: “Trouxe-me a Roma, levou-me a Lisboa, ‘cidade dos sonhos’, e termina onde começou, no Vaticano, onde percebi o que ia ser a JMJ quando entrevistei os primeiros grupos que vinham de lugares tão distantes e se encaminhavam para Portugal”.

“Vivi experiências únicas. Ouvi discursos inspiradores. Gravei mensagens para a vida. E senti de perto a alegria contagiante dos jovens e a sua energia inabalável para irem em frente. Quase todos fomos assim. E por algum motivo muitos de nós deixámos de o ser. Íamos mudar o mundo, tínhamos metas e sonhos e garra para os perseguir”, escreveu Rita Rodrigues numa publicação nas redes sociais, esta terça-feira.

“Mas, pelo meio, seguimos por outro caminho. Acomodámo-nos. Quando nos vem à cabeça ‘txiii a trabalheira que isso vai dar’, pronto, está tudo tramado. Se tivesse pensado assim, não tinha saído de casa há quase duas semanas e meia e tinha perdido uma das experiências mais entusiasmantes da minha vida profissional e pessoal. Ainda bem que ‘não tive medo’”, afirmou Rita Rodrigues.

“Agora estou de regresso. Cheia de saudades dos meus. Mas levo-lhes histórias e momentos para partilhar, de que não nos esqueceremos. Obrigada a quem tornou possível este capítulo da minha vida (TVI, CNN Portugal) e que me perdoem todas as pessoas que me telefonaram e enviaram mensagens e eu (ainda) não pude responder”, rematou Rita Rodrigues.

Já no programa desta manhã, Rita Rodrigues confessou que, no início, estava “um bocadinho cética” em relação ao evento: “Acho que o ceticismo também faz um bocadinho parte da profissão. Ali algum afastamento, alguma imparcialidade inclusivamente para depois percebermos como é que o evento seria e talvez também um pouco imbuída daquela polémica toda, a controvérsia toda que surgiu em torno dos gastos públicos para a organização da Jornada”.

Depois, Rita Rodrigues referiu que começou a ler “bastante” sobre as outras edições da Jornada Mundial da Juventude e percebeu que “não tinha propriamente noção de como é que elas tinham sido”, já que também “nunca tinha participado em nenhuma outra Jornada”: “Fiquei com a ideia de que realmente eram eventos onde haviam milhares de pessoas a participar. Fui aguardando para ver como é que seria em Portugal”.

No entanto, a perceção de Rita Rodrigues mudou um pouco depois que esteve no Vaticano e começou a encontrar “grupos sul-americanos que tinham vindo de propósito para a Europa, primeiro, a passar por Roma para só depois ir para Lisboa” e quando os ouviu e sentiu “a alegria deles, as expectativas”. “O primeiro momento de realização ‘isto vai ser uma coisa em grande’ foi quando eu ainda estava no Vaticano, no dia 1, no dia em que começa a jornada e aquela missa inicial no Parque Eduardo VII e todo o Parque Eduardo VII está repleto de gente, inclusivamente o Marquês de Pombal e o Papa ainda não tinha chegado”, admitiu.

Rita Rodrigues destacou a operação “gigante” que foi montada pelo canal e outros meios de comunicação: “Uma camaradagem extraordinária, uma capacidade de sacrifício pessoal de todos nós”.

“Muitos de nós dormiram muito pouco, às vezes, nada durante algumas noites, mas aquilo que se sentia era que nós estávamos a trabalhar numa operação especialíssima que tão cedo não se vai repetir. É uma energia que alimenta, é uma adrenalina que se sente”, sublinhou Rita Rodrigues.

A jornalista contou ainda que, num dos dias em que começou pelas 4h30, “o normal” seria a seguir ao almoço começar “a sentir uma quebra”: “Mas a energia daqueles jovens todos era tal que me acordou e que me manteve sempre. É contagiante e eu acho que essa é a palavra que resume toda a jornada”.

“Estar junto de um milhão e meio de pessoas e, ao mesmo tempo, tão perto do palco, ver a cerimónia tão perto, poder também relatá-la e explicar a quem nos estava a acompanhar, tanto na TVI como na CNN, o que é que estava a acontecer, é sentir que nós estamos onde a notícia está a acontecer. E não é uma notícia qualquer, é uma notícia que vai marcar a história do país”, descreveu Rita Rodrigues.

“Há, efetivamente, uma energia no ar entre todas aquelas pessoas que estão ali”

Rita Rodrigues revelou não ser “católica praticante” e que tem “uma relação serena de alguma distância” com a religião: “Eu tive educação católica quando era pequenina e andei na catequese e essas coisas todas e tento que as minhas filhas também tenham a mesma educação, sobretudo, pelos valores. E eu acho que é isso que me liga à religião, são os valores e a fé que eu acho bom termos alguma fé”.

“O Papa Francisco, a dada altura, diz uma palavra que eu acho que define, que é ‘mística’. Não é tanto propriamente a crença ou a religião ou seguir o Evangelho, que não é o meu caso, que há aqui um afastamento nesse sentido e eu acho que esse afastamento é importante para o nosso trabalho ser feito com imparcialidade e isenção, mas a mística há”, disse Rita Rodrigues.

“Há, efetivamente, uma energia no ar entre todas aquelas pessoas que estão ali, que algumas delas fazem sacrifícios para poder estar a acompanhar com antecedência a chegada do Papa e, depois, aguardam-no e, depois, querem ir vê-lo a ir embora de novo. E isso houve e era importante também transmitir para os telespectadores que, por algum motivo, não puderam estar presentes nos lugares onde a jornada aconteceu”, continuou Rita Rodrigues.

Rita Rodrigues falou ainda sobre o facto de os jovens que marcaram presença no evento terem “formas diferentes de viver a sua própria fé”: “Se calhar, nós, segundo os padrões ocidentais, europeus, os nossos jovens não têm uma ligação tão próxima com a religião como por exemplo eu vi os jovens sul-americanos, os brasileiros, os mexicanos, os colombianos. Havia imensos mexicanos e colombianos”.

“Se calhar, os nossos padrões são ligeiramente diferentes, mas, de qualquer das formas, aquilo que eu senti é que havia bons valores entre estes jovens. Eles eram todos muito educados, estavam com um espírito de festival de verão, mas a energia que os movia era outra”, comentou Rita Rodrigues, referindo que “o importante é, quando chegarem a adultos, não se esquecerem desses desejos que eles tinham quando eram novos”.

Veja aqui, aqui e aqui uma parte da conversa.