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Ricardo Martins Pereira desabafa sobre relação com o pai: “Descubro que fez uma burla com o meu nome”

Vanessa Jesus
4 min leitura
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Ricardo Martins Pereira, mais conhecido como ‘O Arrumadinho’, foi convidado de Manuel Luís Goucha e desabafou sobre a sua infância difícil. O pai dos filhos de ‘A Pipoca Mais Doce’ revelou que hoje não fala para o progenitor.

Ricardo Martins Pereira começou por referir que os pais se separaram quando era criança e ficou a viver com o pai. A partir desse momento, nada foi fácil.

“O meu pai era jornalista em meados dos anos 1980, numa altura de uma jovem democracia, após o PREC e quando existia muito terrorismo das FP-25. Ele dizia-se perseguido e ameaçado de morte. Lembro-me de o telefone tocar e ele dizer-me que foi um FP-25 a dizer que sabia onde ele morava e o ia matar. Eu acho que ele repetia tantas vezes as histórias e criava narrativas tão fascinantes que queria viver essa realidade“, começou por contar.

“Íamos para hotéis de cinco estrelas e depois fugíamos. Mais uma vez não sabia o que se estava a passar: íamos para hotéis no Algarve, coisas de luxo, depois no fim era uma coisa meio esquiva, meio dúbia. Depois havia episódios de encontrarmos pessoas dos hotéis e termos de fugir. E aí, inventava que ele tinha escrito uma coisa má nos jornais sobre o hotel”, acrescentou.

Ricardo Martins Pereira afirmou que só percebeu que algo não batia certo aos 10 anos. “Estava a passar férias com a minha mãe na altura e recebi a notícia que o meu pai tinha saído preso. Primeiro pensei que era as coisas que ele dizia, até ler no jornal que falava de burlas, esquemas, vigarices, e eu começar a questionar um bocadinho“, contou, afirmando que não foi nada fácil.

Foi em 2006 que cortou relações com o pai, quando já tinha 30 anos. “Nesse ano, descubro que ele faz uma burla com o meu nome que faz com que ele fique com uma dívida de 90 mil euros. Eu dei-lhe um ultimato: ‘tens até este dia para pagar esta dívida e caso não o faças nunca mais te vou falar na vida’. E ele não pagou. Entreguei todas as minhas poupanças e contraí um empréstimo a 20 anos que ainda hoje estou a pagar. Todos os meus irmãos em solidariedade comigo cortaram relações com o meu pai“, desabafou Ricardo Martins Pereira.

“O meu pai está com uma demência e o ano passado em conversa com a minha tia ela pediu-me ajuda. Foi difícil digerir isso, mas para mim é uma questão humana, que se sobrepõe a tudo o resto. Foi mais o ser humano que o filho, perdi irremediavelmente essa ligação emocional com ele. Neste momento, estou com um processo no Ministério Público para ser o tutor dele”, rematou Ricardo Martins Pereira.

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