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«Pesadelo na Cozinha»: Restaurante Tomate é o próximo «alvo» do chef Ljubomir Stanisic

David Soldado
3 min leitura

Depois de ter estado em Lisboa, onde tentou salvar o restaurante Canela, entretanto fechado pela ASAE, o chef Ljubomir Stanisic viaja até Espinho. No distrito de Aveiro encontra um espaço italiano que já foi um sucesso nos anos 90. Nas últimas duas décadas, este tipo de restaurantes invadiu o país e Tomate não acompanhou essa evolução.

O chef tem de perceber, portanto, porque fugiram os clientes e saber os motivos que levaram o proprietário a desistir do espaço. Os anos 80 e 90 foram felizes para o casal Edmundo e Rosário. Faziam o que mais gostavam sem dificuldade: viajar pelo mundo. Dessa paixão nasceu um filho há muito sonhado: um restaurante italiano que, no início, foi uma novidade da zona norte. Os anos passaram pelo Tomate, mas o Tomate ficou parado no tempo. É preciso agora uma ação urgente.

Edmundo é o proprietário e Rosário nada tem a ver com o restaurante, mas está obviamente preocupada com o declínio do mesmo. A cozinheira, Filipa, acompanha o projeto há 13 anos mas há quatro que tenta encontrar outro desafio para a vida. Atualmente, divide a cozinha com Ivan, o pizzaiolo, que também lamenta a desorganização e as más condições. Para além de cozinhar, são responsáveis ainda pela limpeza da cozinha. A mais recente contratação é Rui, empregado de mesa, pouco experiente, mas confiante no projeto do Tomate.

Todos, menos Edmundo, têm consciência que o restaurante é datado, está morto e que as funções de cada um são desempenhadas com pouco brio. O proprietário parece não querer ver o estado em que o seu sonho se tornou. Ljubomir chega para testemunhar isto e muito mais, percebendo ainda que o proprietário se considera um bom cozinheiro. Não só define a carta como ainda cozinha, mas o seu lugar tem de ser bem longe dos fogões. Na sala há mais problemas por resolver: a inexperiência do empregado Rui torna o serviço caótico e pouco profissional e por isso mesmo Ljubomir oferece-lhe uma formação na área. Mas nem tudo é mau: o pizzaiolo é muito competente e essa área sustenta o restaurante, mas os produtos usados em todos os outros pratos têm de ser repensados.

O chef jugoslavo motiva e ensina os cozinheiros da casa a cozinhar pratos «que não são do Edmundo, mas são do mundo». Dá uma nova vida à carta, inspirada não só por Itália, mas pelas muitas viagens do proprietário. Motivação é a palavra de ordem e Edmundo tem de assumir que tem de mudar para a mudança acontecer à sua volta. Assume, finalmente, que tem sido negligente com o pessoal e à frente do restante pessoal promete empenhar-se para que o Espinho regresse a Itália e para que o Tomate volte a brilhar.

Redactor.