Pedro Mourinho esteve em Kiev para cobrir a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Pedro Mourinho esteve em Kiev durante 16 dias a cobrir a guerra entre a Ucrânia e Rússia, e agora, de regresso a casa e a Portugal revelou como foram os dias de terror que viveu.
“Quando partimos ainda não se colocava um cenário de guerra imediata nem sabíamos sequer se haveria conflito e toda a gente acreditou até ao final que não começaria. Ainda assim, eu e o Nuno Quá conversámos várias vezes sobre o trabalho que tínhamos pela frente”, começou por dizer em declarações à ‘Boa Onda’.
O jornalista revelou que ficou arrepiado com as primeiras sirenes que ouviu. “Chegámos a ir à linha da frente, perto de Irpin, e tivemos de sair a correr porque os russos começaram a bombardear o local, mas mesmo nessa ocasião tentámos sempre desempenhar o nosso trabalho com uma margem de segurança grande”, explicou.
A maior dificuldade que encontrou foi enfrentar a defesa terrestre ucraniana, um polícia chegou a prender as mãos do repórter de imagem com algemas, mas revelou que conseguiu sempre resolver todos os problemas.
“A população nos abrigos nas longas filas para os supermercados a correr quando as sirenes tocavam ou a fugirem em massa da cidade de carro, comboio, à boleia ou a pé. Ao mesmo tempo, a mobilização para a guerra de milhares de homens e mulheres que ficaram, civis, dispostos a dar a vida para defenderem o país e o seu faturo. Uma lição para toda a gente”, contou Pedro Mourinho, visivelmente impressionado.
“Nunca senti medo, mas da segunda vez que tocaram as sirenes vieram-me lágrimas aos olhos de revolta por não estar a acreditar no que estava a acontecer. É impossível não mudar nada em nós ao vermos a forma como a guerra altera a vida das outras pessoas. Voltámos da Ucrânia a achar que muitas vezes os nossos problemas em Lisboa nem problemas são”, terminou.
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