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Ordem dos Psicólogos reage à Reportagem TVI. “A homossexualidade não é uma perturbação mental”

Gabriel Guerra
3 min leitura

Maria José Vilaça, psicóloga, é já conhecida pelas suas afirmações polémicas em relação à homossexualidade. Em 2016, numa entrevista à revista Família Cristã, a visada afirmou que ter um filho homossexual «é como ter um filho toxicodependente, não vou dizer que é bom». Na altura, as suas palavras, consideradas de «extrema gravidade» pela Ordem dos Psicólogos Portugueses foram remetidas ao Conselho Jurisdicional da organização.

No passado dia 11, na sequência da reportagem da TVI, que denunciava a existência e realização de «terapias de conversão de homossexualidade», a Ordem volta a pronunciar-se. «Gostaria de esclarecer que, de acordo com toda a evidência científica disponível, o muito amplo consenso entre investigadores e profissionais e a posição das principais organizações profissionais de Saúde e de Psicologia internacionais, a homossexualidade não é uma perturbação mental nem implica qualquer tipo de incapacidade, não podendo ser, desta forma, associada a qualquer forma de psicopatologia», afirma a direção da Ordem, que sublinha – «Pelo contrário, são o preconceito, a violência e o estigma social sobre a homossexualidade que podem causar sofrimento psicológico».

Ainda relativamente aos pareceres científicos disponíveis, a Ordem afirma que «intervenções como as “terapias de conversão” ou “reparação”», que pretendam, assim, reduzir ou eliminar essa orientação sexual, «não têm qualquer fundamento, quer do ponto de vista da sua validade científica, ética, da sua eficácia e benefícios, sendo, pelo contrário, assinaláveis os potenciais riscos e prejuízos para a saúde».

«Seguindo os princípios do Código Deontológico da profissão, os psicólogo são encorajados a refletir sobre os limites da sua prática quando trabalham com clientes com identidades de género ou orientações sexuais minoritárias, assim como a considerar a necessidade de formação específica e o encaminhamento para outros profissionais sempre que necessário. Os psicólogos devem ainda basear todas as suas intervenções em evidências científicas sólidas», pode ler-se no comunicado.

Remetendo-se às acusações feitas por Maria José Vilaça, que apontava, durante o debate pós-reportagem na TVI 24, a ilegalidade da captação das imagens utilizadas, «a OPP não pode deixar de manifestar a sua preocupação relativamente à forma não autorizada ou consentida de obtenção das imagens apresentadas na reportagem por indiciarem um crime de “Gravações e fotografias ilícitas” e do “Direito à Imagem”».