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Maria João Costa insultada nas redes sociais por cena retratada em «Ouro Verde»

David Soldado
3 min leitura

A protagonista Beatriz Ferreira da Fonseca, interpretada por Joana de Verona, é fundadora e presidente da Mundo Verde, uma organização não governamental de defesa do ambiente. Assume ser vegan e é contra a exploração dos animais para o excessivo consumo de carne mas num dos episódios da semana passada foi «apanhada» a comer um bife. Nas redes sociais, autora Maria João Costa explicou a cena, após a polémica instalada entre os internautas.

«Ela diz-se vegan (e é, na maioria dos dias, se é que isto se pode dizer assim, ou talvez o melhor seja dizer que ela gostaria de ser, mas não consegue) mas quando tem uma crise emocional come um bife quase em sangue. É naturalmente uma contradição mas é intencional. O facto de alguém ser vegano por convicção não significa que nunca tenha um desejo por carne, significa apenas que escolhe não a comer, o que é diferente. Se a Bia contar a alguém do seu meio [ativistas] que às vezes comete este pecado, provavelmente seria banida do grupo. Os grupos têm códigos e as pessoas são levadas a copiar esses mesmo códigos para podem ser aceites […] Ela vomita depois de comer a carne porque se sente culpada», escreveu no seu perfil de Facebook. 

A explicação não foi bem aceite pelos considerados «veganos verdadeiros» e, de imediato, Maria João Costa foi alvo de insultos. «Percebi que há um grupo de gente que se sente no direito de nos policiar: as nossas opiniões, nas respostas que damos, nas piadas que fazemos, na forma como gerimos, ou não, os nossos posts […] A liberdade de expressão é um direito consagrado para todos e eu não sou excepção. Portanto, lanço um desafio àqueles que se juntaram para me por em causa a propósito da forma como os vegans são retratados na novela: por que é que eles mesmos não desenvolvem o seu próprio produto de ficção e convencem alguém a emiti-lo? […] Chego à conclusão que não sabem que não há apenas uma maneira de dizer as coisas, que não há apenas uma perspectiva sobre as coisas, e essa é justamente a graça da liberdade individual, da liberdade de pensar e se expressar […] Vou contar a minha história como eu quiser porque nunca fui influenciável, nem permeável a qualquer tipo de pressão, e não vai ser agora que isso vai mudar. Tenho as minhas próprias ideias sobre a alimentação, o planeta e a sua sustentabilidade e é isso que exploro na história […] A mensagem vai passar, podem ter a certeza, por mais que vos pareça que escolhi a forma errada de o fazer. Mas vai passar à minha maneira e não à vossa […]», escreveu a autora de Ouro Verde num outro post publicado nas redes sociais.

Redactor.