Manuela Moura Guedes regressou às lides televisivas ao aceitar apresentar em setembro de 2013 uma nova temporada no popular concurso de perguntas Quem Quer Ser Milionário na RTP depois de uma saída conturbada do jornalismo na TVI.
Com uma sólida carreira no jornalismo foi na estação de Queluz de Baixo que se popularizou ao conduzir o Jornal Nacional, em particular o de sexta-feira, local onde protagonizou uma polémica entrevista ao então Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto. «Mais uma vez aquela entrevista foi uma situação em que só se viu a espuma. Se as pessoas tivessem visto bem a entrevista, eu não o acusei de nada. Recordando: o Marinho Pinto tinha acusado de ‘bufos’ os dois procuradores do caso Freeport. Depois, naquela tal entrevista estava a acusar os advogados, que ele deveria defender como seu Bastonário, e estava a chamar-lhes tudo. Perante isto, eu pura e simplesmente disse-lhe: “O Senhor chamou ‘bufos’ aos procuradores, está a agora a ter esta atitude com o advogados, portanto o senhor também é um ‘bufo’”. Eu limitei-me a usar duas premissas e a tirei uma conclusão. E foi aí que ele fez toda aquela peixeirada. Hoje em dia, tenho quase a certeza de que teria feito tudo de outra forma. Sabe que há a ideia – que é muito portuguesa – de que quando um jornalista está a entrevistar alguém em televisão está perante um convidado. Mas atenção, ninguém é um convidado; é um entrevistado», recorda a apresentadora o episódio com o comentador do Você na TV.
«Fiquei de tal forma abismada a olhar para ele e ainda fiquei com medo que lhe desse qualquer coisa. Corria o risco de ainda me virem acusar de ter matado o senhor.Mas eu acho que ele já ia com a missa toda estudada. Não nos podemos esquecer de que ele era quase unha com carne com o ex-primeiro ministro José Sócrates… e como eu era um alvo…», atira a antiga jornalista em entrevista à revista Flash!
Recorde-se que Marinho Pinto foi recentemente eleito deputado Europeu pelo partido MPT, uma situação que deixou Manuela Moura Guedes surpreendida: «Essa eleição vem corroborar aquilo que penso em relação ao país. Pergunto-me como é que é possível eleger um homem que cada vez dá mais provas de que não pode estar à frente de um cargo público. Olhe, mas para dizer a verdade já nada me surpreende. As pessoas elegem criaturas estranhíssimas por razões que me parecem as contrárias e, geralmente, já é tarde de mais quando descobrem a verdadeira natureza de quem elegeram. Quando descobrem a verdadeira personalidade e carácter, aí, regra geral, já é tarde, pois já fizeram as asneiras todas», atira a apresentadora do quiz show da RTP, que acrescenta: «As pessoas não podem votar para castigar. Temos é que votar nas pessoas que nos parecem as mais indicadas para determinadas funções. Votar em quem acreditamos que poderá fazer alguma coisa para melhorar. O Marinho Pinto é daquelas pessoas que não deveria estar a representar seja quem for», concluiu em declarações à publicação do grupo Cofina.
Revê aqui um dos momentos da entrevista ao antigo bastonário da Ordem dos Advogados:
https://www.youtube.com/watch?v=Tkg1-WdCwJo&list=PL281F0CF85076BA1E
