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Mãe de Cláudia Amaral em lágrimas ao recordar a filha: “Não faz sentido viver”

Vanessa Jesus
4 min leitura
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Cristina, a mãe de Cláudia Amaral, a jovem que sofria de progeria e faleceu em novembro passado, foi entrevistada por ‘Goucha’ e deu o seu testemunho emocionado.

Cristina continua detida, mas agora com pulseira eletrónica. A convidada de ‘Goucha‘ manteve um discurso emocionado praticamente do início ao fim da entrevista.

“Não se vive. Eu ausentei-me por uma desobediência a um tribunal, a um juiz propriamente, e fui condenada a um ano e dois meses. Fui detida e estive ausente. Eu e ela vivíamos uma só, sempre foi, éramos uma única pessoa”, começou por dizer.

A mãe de Cláudia Amaral recordou que foi detida por injúrias e ainda confrontou um juiz. Na altura, disse que era capaz de matar pelos seus filhos, algo que foi levado à letra.

“Foi um crime o que eu fiz, mas não um crime horrendo para me por forem fora da minha filha, mesmo ela precisando 24 horas do meu auxílio“, desabafou, emocionada.

Quando foi presa, a filha de 23 anos ficou a viver com o pai e o irmão e fez de tudo para a mãe sair da prisão. “A Cláudia fez tudo cá fora, escreveu cartas para o presidente da república, para o primeiro-ministro, para o tribunal… a Cláudia fez imensas cartas a dizer que precisava da mãe a auxiliá-la. Queria inverter a pena para uma pulseira eletrónica para lhe dar auxilio”, recordou.

Embora a menina já tivesse ultrapassado a idade média de vida para a sua doença, a progenitora nunca pensou que a filha morresse naquele momento.

“Garanto que se estivesse presente nada disto tinha acontecido“, disse, entre lágrimas. “Sempre serei a mais culpada disto tudo. Torturo-me diariamente, a vida para mim… nada faz sentido. Se estou de pé é por causa dele [do outro filho]. Nada me faz sentido, não tem lógica, mas falta-me. Nós os três éramos um só”, continuou.

“Nunca me preparei para tal. Penso que fiz a minha filha feliz. Não faz sentido viver se não tenho lógica de vida. Não consegui entrar no quarto da minha filha…“, disse ainda a mãe de Cláudia Amaral.

Cristina foi ao velório da filha, porque coincidiu com a transferência de prisão, mas não foi autorizada a ir ao funeral. Em lágrimas,  recordou o dia em que Cláudia Amaral morreu.

“Pedi para me deixarem ir ao hospital que sentia que ela não estava bem”, contou. Porém, não lhe deram resposta e insistiu para poder, pelo menos, telefonar para o hospital e saber novidades.

Conseguiu falar com a cunhada, que passou depois o telefone à menina. “‘Mãe preciso de ti, vem me ajudar, que eu vou morrer hoje’. Foram as últimas palavras que ouvi da minha filha”, contou, recordando que Cláudia Amaral morreu pouco tempo depois à meia-noite.

“Não a assistiram como deve ser e a culpa maior é minha (…) Culpo-me pela morte da minha filha”, disse, visivelmente comovida. Informaram-na apenas às 07h00 que a menina morreu e não teve autorização para ir ao funeral devido às regras da Covid-19. “Lutei com ela, mas acho que não fiz tudo“, rematou, em lágrimas.

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