Luísa Castel-Branco esteve à conversa com Manuel Luís Goucha, no programa ‘Goucha’.
Esta terça-feira, dia 22 de novembro, Luísa Castel-Branco esteve no programa ‘Goucha’, a falar com Manuel Luís Goucha sobre a infância difícil que teve e acabou por falar sobre a falta de amor e carinho por parte dos pais.
“Ao contar a história [dos meus pais] tentei olhar para aquilo e pensar que nenhum deles teve infância. Entendo muito melhor os meus pais”, começou por dizer. A história está retratada no livro que escreveu “O amor é uma invenção dos pobres”, e foi através da escrita que conseguiu entender melhor a posição dos pais.
“Compreendo-os e apaziguou-me, finalmente. Tem a ver com os nossos erros, cometi tantos erros, estou tão arrependida de tanta coisa”, acrescentou.
Mais à frente, a escritora recordou outro momento marcante da sua vida. Luísa Castel-Branco confessou que pensou em abortar durante a gravidez de Inês Castel-Branco, sua filha, mas acabou por desistir da ideia. “Perante isso e sem hipótese de resolver o assunto, decidi fazer um aborto. A minha mãe arranjou-me em Alfragide um local”, conta.
No entanto, quando tudo iria acontecer, decidiu desistir: “Fui fazer e naquele exato segundo (…) saltei de lá e disse não. Quando a Inês cresceu disse-lhe que ela era minha filha duas vezes. Era minha filha porque tinha engravidado e era minha filha porque não a tinha morto”, afirma.
Luísa Castel-Branco revela ainda que Inês Castel-Branco reagiu com uma “enorme consciência” a tais palavras: “Tenho a certeza que a Inês nunca faria um aborto na vida, mas tal como eu defende, profundamente, a liberdade das mulheres escolherem”, remata.
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