fbpx

Luís Mascarenhas indignado: “Não me chamam porquê?”

“Já conheci essa coisa da falta de trabalho, que é horroroso", afirmou Luís Mascarenhas.

Ana Ramos
4 min leitura
Facebook

Luís Mascarenhas foi um dos convidados de Manuel Luís Goucha, na TVI, esta terça-feira, e falou sobre a sua carreira de ator e mostrou a sua indignação com a participação em novelas.

O ator, com mais de 50 anos de carreira, revelou que a sua paixão pela representação surgiu quando era ainda criança. Com “seis, sete anos, as pessoas adoravam que contasse anedotas” e, já na escola, fazia “facilmente quadras populares”, tendo ficado com a alcunha de ‘poeta’.

No liceu, Luís Mascarenhas ofereceu-se para fazer o auto de Natal e “foi daí que a coisa começou”. Mais tarde, especializou-se nos autos vicentinos e, depois, a primeira representação como profissional foi em 1967, no Teatro Monumental, com uma peça de teatro infantil.

“Gosto muito de fazer teatro, gosto de fazer televisão. Entrei na televisão ainda era a preto e branco. Fazia pequenas participações, era um ator secundário, de maneira que dava, muitas vezes, para estar a fazer três coisas ao mesmo tempo, enquanto um protagonista só fazia uma”, contou Luís Mascarenhas.

O ator foi um dos participantes de “Malucos do Riso”, na SIC, um trabalho que acredita que “foi bom, por um lado”: “pela popularidade e pela quantidade de trabalho variadíssimo que eu fiz”. Por outro lado, acredita que ficou “com um rótulo”.

Luís Mascarenhas disse que ficou “aquém” daquilo que gostaria de fazer na representação, mas reconheceu que fez “muita coisa” no teatro.

“Já conheci essa coisa da falta de trabalho, que é horroroso e posso dizer que há muito mais falta de trabalho agora, embora haja muito mais coisas do que havia quando eu comecei. Quando comecei no teatro, atores em Portugal devíamos ser para aí 300, agora, acho que somos para aí cinco mil”, relatou.

“Por outro lado, há uma coisa que eu vejo: Não há lugar para velhos! Claro que me revolta saber que não tenho trabalho e não tenho dinheiro, porque o que eu gostaria mais que me acontecesse na vida era, de manhã, quando acordasse, não ter de me preocupar com a tenda da casa”, sublinhou Luís Mascarenhas.

“Tenho vontade de trabalhar, mas tenho, sobretudo, é que trabalhar, porque eu não vivo com 500 euros da reforma… nem eu nem nenhum dos meus colegas”, afirmou.

Luís Mascarenhas explicou que, apesar de já ter estado sem trabalho como ator, nunca teve de se voltar para outra área completamente diferente, uma vez que faz “muita dobragem”, desde 1976, e já trabalhou em publicidade e em organização de espetáculos e apresentação de produtos.

Contudo, referiu que em termos de novela, tem feito “muito pouca”. Recentemente, teve uma pequena participação na novela da TVI “Festa é Festa”, mas com um papel maior foi apenas em 2016, na RTP1, em “Os Nossos Dias”.

“Causa-me uma certa revolta, uma certa mágoa e uma certa tristeza! Com certeza, sou capaz de ter cabimento em alguma coisinha destas… não me chamam porquê?”, questionou Luís Mascarenhas, mostrando o seu gosto por querer fazer mais televisão. “Estou à vossa disponibilidade! É só ligarem para mim”, anunciou.

Atualmente, o ator está em cena com a peça “Quando ela… é ele”.

Veja aqui uma parte da entrevista.

Relacionado: