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Lucélia Santos emociona-se ao recordar ameaças de morte

A. Oliveira
4 min leitura

A atriz Lucélia Santos foi a convidada do programa deste sábado, 12 de outubro, de Fátima Lopes. A atriz, que ganhou protagonismo com a ‘Escrava Isaura’, está atualmente a trabalhar na TVI, ‘Na Corda Bamba’. 

A viver em Portugal, a atriz revelou aqueles que foram alguns dos momentos mais marcantes da sua vida, incluindo as ameaças de morte que recebeu. Lucélia, recorde-se, é uma das vozes que se levanta pela defesa do ambiente brasileiro.

Lucélia lutou, durante vários anos, contra a destruição da Amazónia, tendo Chico Mendes, um conhecido ativista ambiental, que acabou por ser assassinado. “Fiquei de luto, comecei a divulgar o que aconteceu e a dizer que o assassino tinha de ser julgado e condenado. Essa altura tornou-se um inferno para mim. Tive que sair dos media porque corri risco de vida […], sofri ameaças. Então decidi que era a hora para sair de cena, fiquei na retaguarda. Tinha um filho pequeno, pensei nele e resolvi sair dos holofotes”, disse.

Foi com apenas 17 anos que Lucélia resolveu sair de São Paulo para o Rio de Janeiro. “Quando resolvi mudar-me para fazer teatro os meus pais assustaram-se, principalmente porque o teatro era algo novo lá… vivíamos em plena ditadura militar, havia muita repressão, eles tinham medo por mim”, revelou.

Sobre o seu colega de elenco em ‘Escrava Isaura’ e agora em ‘Na Corda Bamba’, Edwin Luisi, Lucélia sublinhou que a amizade dos dois é antiga e duradoura. “Moramos juntos, assinamos contratos juntos, somos sócio da mesma empresa, temos uma amizade linda… Ele é um ator muito especial, está no melhor momento da vida dele, está bonito, feliz, vibrante. Ele é um sonho”, acrescentou.

Foi no momento em que falou do grande amigo, Edwin, que Fátima Lopes surpreendeu a atriz ao apresentar o testemunho do ator. “Estávamos a gravar uma cena, tu eras a escrava Isaura e amarraram-te a uma árvore. Estava imenso calor nesse dia… E pronto, esqueceram-se da Lucélia amarrada à árvore e ela desmaiou [risos]”, disse Edwin.

Já quando falou da sua família, Lucrécia não evitou e acabou por se emocionar ao recordar o filho e a neta. “Sinto que não fui a melhor mãe. Fui mãe aos 25 anos e trabalhava 20 horas. O meu filho cresceu nos teatros, nos sets, nos camarins, eu amamentava-o nos palcos… e o pai [John Neschling] também o levava muito para a ópera, quando estava a trabalhar. Eu olho para a Carolina [a neta] e sinto-me em dívida com o meu filho. Durante um aniversário dele, discursei e pedi-lhe desculpa pela infância que lhe dei e ele respondeu ‘mas tu achas que eu queria ter uma vida normal, com horários? Claro que não! Eu fui feliz!’ Aí fiquei mais aliviada. Mas penso que podia ter sido uma mãe melhor, então tento ser uma avó melhor», revelou, com as lágrimas nos olhos”, rematou.