Lourenço Ortigão e Kelly Bailey refugiaram-se no sul do País para um pequeno descanso, antes de rumarem até ao país vizinho. Sem compromissos com a TVI nos próximos meses, o casal gostava de passar uma temporada nos Estados Unidos.
«Agora tenho de ver com a TVI como é que vai ser a minha vida, mas o meu objetivo é ir estudar outra vez para os Estados Unidos», revelou Lourenço à imprensa no Rock in Rio.
O ator contudo mostra-se cansado de ser escolhido sempre para fazer de «menino bonito» nas novelas e quer fazer algo completamente diferente do que tem feito. «Agora estou à procura de uma coisa que seja de facto diferente e que saia da minha zona de conforto. Acho que está na altura de fazer uma personagem que não tenho de facto nada a ver comigo e nem sequer falo de ser bom ou ser mau; acho que precisava de fazer uma personagem que exija algum trabalho de construção. Os papéis dos últimos anos foram ótimos para mim, mas são diferentes do que procuro agora», revela o ator à revista TV7 Dias.
Confrontado de ser «sempre o menino bonito», afirma: «Pois, acho que passa um bocado por aí. E não passa por ser ou não vilão, passa por não ser eventualmente um típico protagonista.» Desabafando de seguida: «Neste último projeto senti um bocadinho isso, acho que é a altura de dar um volte-face para que as pessoas também me vejam de outra forma, para que eu consiga explorar outras coisas em mim como ator, para que eu possa mostrar também que posso fazer coisas completamente diferentes. Quando estou fora daqui, quando vou estudar, quando estou nos Estados Unidos, por exemplo, faço trabalho que mostram que eu posso fazer coisas completamente diferentes, mas aqui acabam por apostar em mim para fazer papéis sempre na mesma linha.»
A terminar, Lourenço afirma em jeito de crítica: «Parece que só nos veem como bons atores quando nós não somos bonitos e isso não faz sentido nenhum… Não é inteiramente assim, mas é quase 80 por cento, e isso não me revolta, porque acho que faz parte, mas acho que cabe a nós também mudar um bocadinho essa perspetiva. Há imensos atores internacionais que são bonitos e são bons atores, e são reconhecidos por isso, e às vezes têm de sacrificar a sua imagem. Falando de forma geral, eu vejo um bocadinho uma sobrevalorização de atores que fazem um papel diferente e vejo uma subvalorizado de atores que são bonitos e fazem papéis de protagonistas. Mas fazer protagonistas não é nada fácil. É, se calhar, mais difícil porque é onde as personagens estão nuas, onde eu não tenho de me proteger numa característica qualquer forte, numa personagem que tem alguma deficiência. São personagens ditas normais, onde temos de trabalhar o naturalismo, onde estamos completamente despidos, onde é escrito um episódio por dia… representar isso e tornar credível não é fácil. E acho que há uma subvalorização das pessoas que fazem esses papéis e uma sobrevalorização do oposto», conclui.
