Na próxima semana arranca o diferente que opõe Leonor Poeiras à TVI, canal para qual a apresentadora trabalhou sempre em situação precária.
Leonor Poeiras decidiu interpor um processo em tribunal contra a TVI para que a Justiça reconheça a sua carreira e, que o canal de Queluz de Baixo reponha todos os valores de subsídios que nunca lhe foram pagos. Segundo as contas da defesa da apresentadora, o valor ultrapassa 1 milhão de euros.
A apresentadora foi o rosto de 25 programas em 17 anos que esteve na TVI. Esteve no pequeno ecrã em formatos diários e semanais, e passou por todos os horário do canal, mas há dois anos, foi surpreendida ao ser dispensada, alegadamente sem justa causa e sem receber nenhuma recompensa monetária.
Segundo a TV Mais verificou no processo, a defesa de Leonor Poeiras pede uma indemnização no valor de 1 milhão 286 mil 608 euros e 20 cêntimos. Este valor é calculado tendo em conta o ordenado de 13 mil euros que a apresentadora chegou a receber. Assim como a indemnização de antiguidade as remunerações que deveria ter auferido desde o dia em que foi despedida, até ao trânsito em julgado de decisão, bem como os subsídios de férias e Natal que nunca foram pagos no passado, e ainda uma indemnização por danos morais.
No mesmo pedido, Leonor Poeiras mostra-se disponível para voltar a trabalhar na TVI caso o canal reconheça a completa ilicitude do seu despedimento. Em abril de 2021, houve uma primeira audiência para chegaram a entendimento, mas, segundo o que consta no processo, “a ré (TVI) não aceitou a qualificação contratual entre as duas partes como laborai“, pelo que, não existia “qualquer abertura pela ré para a resolução do litígio“.
Caso vença o processo, Leonor Poeiras poderá abrir um precedente nunca antes visto no mercado televisivo nacional.
Polémicas e filho espancado
Entre os muitos programas que apresentou, Leonor Poeiras recorda um dos mais polémicos: ‘Quem Quer Casar com o Meu Filho?‘, um reality show que casou muita polémica em 2019 e que terminou de forma abrupta. A apresentadora foi informada de que o iria apresentar um dia antes de começar a gravar e, nessa tarde, Rosa Cullel, que era na altura CEO do grupo Media Capital, enviou-lhe o briefing no qual dizia “vá sexy e elegante”, algo que deixou apresentadora constrangida.
Após a estreia, o programa deu que falar nas redes sociais, teve de ir defender o programa num debate em “Deus e o Diabo”, de José Eduardo Moniz, a 15 de março desse ano e pouco depois de ter sido informada “de que o seu filho, António, de 11 anos, havia sido espancado por um colega com um tronco de árvore“.
A apresentadora cumpriu as ordens da entidade patronal e marcou presença no debate, onde viu a sua imagem ser “autenticamente chacinada no meio televisivo e nas redes sociais pela primeira e única vez na sua carreira e tudo isso determinou que se sentisse profundamente maltratada“.
Em 2020, com Nuno Santos, como diretor de programas da TVI, a relação entre a apresentadora e a chefia começou a azedar, depois de esta ter sabido pelas redes sociais que não iria apresentar a segunda temporada de ‘Cabelo Pantene – O Sonho’, tendo sido afasta por completo da antena da TVI, após ter recusado voltar a ‘Somos Portugal’ — que foi obrigada a afastar-se por um problema auditivo.
Segundo Leonor Poeiras, Nuno Santos explicara-lhe que “ela, afinal, não apenas não tinha nenhuma ligação ou vínculo” com a TVI e “que não havia mais trabalho para si” e aconselhada a procurar trabalho noutros locais, “deixando perfeitamente claro que a relação laboral existente” entre as duas partes “cessava por decisão unilateral desta, numa conduta que consubstancia um despedimento sem justa causa e sem procedimento e, logo, totalmente ilícito“, considera a acusação.
Quanto a este tema, a TVI defende: “É absolutamente falso que tenha dito que a TVI não tinha mais trabalho” para a apresentadora, “ou que houvesse uma qualquer intenção de revogar um contrato, que nem sequer existia“.
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