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José Raposo sobre Luís Aleluia: “Ainda é difícil de digerir uma situação destas”

“O Luís era um ator versátil. Eu vi o Luís fazer vários registos. Ele era fantástico."

Ana Ramos
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José Raposo esteve, esta sexta-feira, no “Dois às 10”, que falou sobre o espetáculo em homenagem ao ator Luís Aleluia que vai decorrer este sábado.

“É muito complicado. Porque, como vocês sabem, foi algo inesperado e muito dramático. É um choque para toda a gente, foi o que foi. Ainda é difícil de digerir uma situação destas, porque nada fazia prever”, começou por dizer.

“É uma chamada de atenção para que nós estejamos atentos, alertas em relação a quem está ao nosso lado, porque nunca se percebe quando uma pessoa está mal, porque, com certeza, que ele estaria mal”, afirmou José Raposo.

“O Luís foi muito bom ator em tudo isso, porque ninguém percebeu, de facto, nem a mulher, a Zita, que ele poderia estar num estado tão deprimido. Ele dava a entender que estava tudo bem, fazia isso muito bem. No próprio dia, ele esteve na Casa do Artista, com os residentes, sempre com aquelas piadas dele. Era um repentista, era muito engraçado, era naturalmente engraçado o Luís”, continuou José Raposo.

Além disso, José Raposo sublinhou que, “ainda por cima, profissionalmente, estava numa fase muito boa”: “Depois do ‘Menino Tonecas’, que foi o êxito que foi, teve ali uma travessia do deserto incrível. Mas esse é um fenómeno estranhíssimo, que acontece muito com os artistas. Para mim, não faz sentido nenhum. Não é caso único”.

“O Luís era um ator versátil. Eu vi o Luís fazer vários registos. Ele era fantástico. Outra coisa que acho que é de louvar é o facto de ele descentralizar, sem dúvida, o teatro. Durante anos, durante esse deserto que ele atravessou, ele pegou numa companhia e andou pelo país todo, sem apoios de Estado. Foi ele que investiu, com sócios, inclusivamente, a Zita, a mulher, e chamava para o grupo dele atores que não estavam a ser chamados também, que não estavam a trabalhar e que tinham muito talento”, recordou José Raposo, referindo que Luís Aleluia era “um homem generoso, solidário”.

Veja aqui e aqui uma parte da conversa.