Pedro Lima foi encontrado morto na manhã deste sábado, dia 20 de junho, numa praia em Cascais. Várias têm sido as publicações à cerca do motivo da morte do ator. Paulo Dentinho, jornalista e primo de Pedro Lima, escreveu uma carta aberta e não poupou nas crÃticas à TVI.
Segundo o Correio da Manhã, o vÃnculo com a TVI aproximava-se do fim e o ator achava que não iria ser renovado. Recentemente, tinha sofrido um corte no ordenado devido à pandemia.
Jornalista mostra-se revoltado com a forma como o ator foi tratado pela TVI. Numa carta aberta publicada no Facebook, Paulo Dentinho, não poupou crÃticas à estação de Queluz de Baixo.
“E estavas frágil e muitos de nós não vimos. O Lourenço Lucena, que é um desses tantos teus amigos que ficaram destroçados, diz aquilo que muitos sabemos, que a tua empresa estava desejosa de te descartar. Devias tê-los mandado a todos para o sÃtio mais ordinário que existe no planeta”, começa por escrever.
“Pergunto-te então quantas vezes lhes telefonaste nestes últimos dias sem que ninguém atendesse? Sabes, depois escrevem coisas maravilhosas sobre seres um dos atores mais versáteis da tua geração. E falam em pesar e mais uma série de palavras de plástico. Como num reclame. É o paÃs, e paÃs mudou pouco desde o Eça, Pedro, continua pacóvio, provinciano e cheio de gente infame. Sim, sim, já sei, queres que me cale. Queres que não diga que usam as pessoas como copos de plástico não reciclado. Mas descansa, não é só na tua empresa”, acrescenta.
Revoltado, Paulo Dentinho lamenta não ter conseguido ajudar o ator.
“Também tenho contas a acertar comigo, porque também eu não consegui agarrar-te. E tu, tu também não deixaste que te agarrassem! Não ouviste os teus amigos e a tua famÃlia a dizer que tudo se resolve? Mas estavas demasiado fechado em exigir de ti, em te responsabilizares e a sentires em crescendo que estavas a falhar. Deixaste-te envolver em pensamentos sombrios e fomos todos derrotados. Sem ti isto agora perde tanto, porque sem palavras vãs eras mesmo das melhores pessoas que conheci em toda a vida. Hoje, agora, neste instante, só queria mesmo dar-te um abraço muito forte por uma última vez, dizer-te o quanto te amamos, dizê-lo em ternura e carinho, que é assim que és. Adeus, Pedro”, conclui.
Leia o texto na integra:
Pedro, hoje finalmente consigo falar contigo. Ontem não dava, estava demasiado ocupado a apanhar os cacos da devastação…
Posted by Paulo Dentinho on Sunday, June 21, 2020