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Jornalista da TVI recorda perda do pai e deixa Fátima Lopes em lágrimas

André Vilar
5 min leitura

A conversa entre Cláudia Lopes e Fátima Lopes foi emitida, esta quarta-feira, nas tardes da TVI. A jornalista fez um balanço da vida, e da carreira perante o olhar sempre atento da apresentadora.

A dada altura falou-se daquele que foi o momento mais difícil da vida de Cláudia: a perda do pai. “Eu nunca me desmanchei à frente da minha mãe, porque achei que não havia dor como a dela. Ela foi casada quase 52 anos com o meu pai. Foi o homem da vida dela e eu acho que não há dor como essa. Falámos sempre disso como é óbvio”, disse visivelmente emocionada.

O pai da jornalista faleceu vitima do cancro da pele. “O meu pai teve cancro de pele, que é uma coisa que as pessoas não valorizam muito. Ele teve um sinal grande nas costas que nós lhe dissemos durante muito tempo para ele ir tirar e ele dizia: ‘Tenho isto desde que nasci, agora vou lá tirar isto’. Foi um bocadinho casmurro e teimoso. Nunca fez radioterapia nem quimioterapia, foi um processo, para nós, menos doloroso. Não o vimos perder qualidade de vida. Mas metastizou, duas vezes, de duas formas galopantes. Uma afetou-lhe a parte pulmonar e ele mesmo assim conseguiu participar num ensaio clínico e teve ainda um ano com qualidade de vida. Mas a segunda metástase é aquela que o mata. Ele só esteve 17 dias internado no IPO. Faz uma metástase no cérebro e não há mesmo volta a dar”, relatou a jornalista.

Mas o cenário continua. Confrontada por Fátima Lopes sobre se estaria ou não preparada para o pior, na altura, Cláudia não hesitou em contar: “Na véspera, eu e a minha mãe fomos ao hospital vê-lo e apanhámos o susto das nossas vidas. Tinham levado a cama do meu pai para fazer um TAC. Quando abrimos a porta do quarto e a cama não está lá, tivemos as duas um choque muito grande. Nesse dia, eu disse à minha mãe: ‘Nós temos de nos preparar, porque vai acontecer’. O estado do meu pai era previsível aquele desfecho, não há cá milagres. Tive a conversa com a minha mãe nesse dia e recebemos a notícia do falecimento no dia a seguir à uma da tarde.”.

Foi neste momento da conversa que Cláudia Lopes não conseguiu conter as emoções e nem Fátima Lopes escondeu as lágrimas. “Lembro-me do meu pai todos os dias. Nós éramos muito parecidos, de carácter, de feitio e até fisicamente. Eu era a menina dos olhos verdes do meu pai. Era aquela pessoa muito afetiva. É um buraco. Os meus pais para mim são duas pessoas importantes. Estiveram sempre lá. A minha mãe ainda hoje estar. Perder o meu pai para mim foi… É como estares assim prestes a levar com um pau, sabes que vai doer, mas só quando levas é que sentes realmente a dor”, explicou, com dificuldade, a jornalista.

O momento de tristeza abrandou quando Fátima pediu a Cláudia que recordasse os pais como casal. Aí os sorrisos e os risos tomaram conta da restante conversa. “Eu não faço ideia o que é que são 52 anos de casados. Tu nunca conseguias perceber onde é que acabava um e onde começava o outro. Eles tinham um jogo de cumplicidade…  A minha mãe, eu acho que se não fosse o meu filho que era muito pequenino ainda, acho que tinha perdido a razão de viver. Ela fazia tudo por ele. Todos os dias quando o meu pai ia tomar banho dizia: ‘Maria, a minha roupa?’. O meu pai não se sabia vestir sozinho. Ainda aparecia de riscas com quadrados. E a minha mãe dizia: ‘Já vou’. E ele dizia: ‘Não é já vou, é vou já. É que eu preciso de me vestir’. Era isto. O meu pai não vivia sem a minha mãe. Era a minha mãe que tomava conta das doses dos medicamentos, das doses de insulina, porque o meu pai era diabético. Era a minha mãe que tomava nota. É uma dependência boa. O casamento dos meus pais é uma fasquia para mim. É uma meta. Eu não sou nada sem eles”, concluiu visivelmente orgulhosa dos progenitores e da relação de ambos.