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Filomena Mota recorda preocupação do filho Mota Júnior: “Não posso mais morar aqui…”

A Televisão
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Manuel Luís Goucha recebeu no programa ‘Goucha’, Filomena Mota, mãe do rapper Mota Júnior, no dia em que se assinalam dois anos da sua morte.

Filomena Mota, mãe do rapper Mota Júnior, esteve à conversa com Manuel Luís Goucha no dia em que se assinalam dois anos da morte do músico.

“Os três homens foram condenados em novembro último, cada um deles, a 23 anos de prisão”, começou por introduzir Manuel Luís Goucha. “Filomena seja bem-vinda, muito obrigada por estar aqui, acredito que hoje seja particularmente um dia difícil para si, porque precisamente faz hoje dois anos que se despediu, sem o saber, do seu filho, David”, acrescentou.

A última vez que o vi foi às dez da noite quando ele foi ao meu quarto perguntar o porquê de tanta confusão, tanto barulho e baterem palmas cá fora (…) era aquela homenagem aos profissionais de saúde e ele até fez um direto do quarto dele. Foi a última vez que o vi“, recordou Filomena Mota.

“Depois… ele costumava-me sempre avisar se fosse sair de casa. Não me disse nada, ouvi a porta bater e deduzi que tivesse sido o amigo a sair. Mas não, eles saíram os dois, foi deixar o amigo à casa e foi buscar essa tal rapariga (…) Depois só soube quando não estava em casa quando a minha vizinha me ligou a dizer que tinha encontrado vestígios de sangue e coisas do David. Foi quando sai e comecei a acionar a polícia“, contou.

O corpo de Mota Júnior só foi encontrado dois meses depois, mas Filomena Mota sempre manteve a “esperança” de que o filho fosse regressar.

O David era um miúdo tão cheio de energia, tão cheio de vida que parecia impossível que pudesse acontecer alguma coisa e tive sempre esperança que ele regressa-se. Nunca quis acreditar [numa fatalidade] e procurámos por muito lado, porque diziam que o tinham deixado na mata de Monsanto, outras informações de que estava na serra de Sintra. A única coisa que fazíamos era procurar o David, nunca nos metemos na investigação da PJ. Fez um trabalho espetacular“, acrescentou.

Filomena Cautela admitiu que teve receios de que poderiam assaltar a casa durante esse período, o que veio a acontecer durante uma ida à PJ, levando “ouro, dinheiro, e algumas peças dele”.

Mais adiante na conversa, a mãe de Mota Júnior emocionou-se ao recordar alguns dos seus receios e medos do filho. “A única coisa que me assustava mais era ele ter o ouro e andar com o ouro na rua (…) Mas o David mencionou-se algumas vezes que não podia morar ali, porque já muita gente sabia o conhecia e sabia que ele morava ali (…) estava a ser muito conhecido através do trabalho que estava a fazer e estava a sair-se muito bem. Dizia ‘não posso mais morar aqui, temos de mudar de casa porque já toda a gente sabe as minhas rotinas, me conhece’“, lembrou.

“E ele disse ‘Mãe, agora pensa bem… se as pessoas que gostam de mim sabem onde é que eu moro e fazem isto, quem não gostar de mim pode-me fazer mal'”, acrescentou. “Ele já teria alguns receios”, perguntou Manuel Luís Goucha. “Ele tinha… ele partilhava e dizia-me muitas vezes ‘quem me quiser fazer mal, faz. Eu tenho a minha rotina sempre igual, basta seguirem-me uma semana e conseguem fazer-me mal’“, acrescentou.

“São uns seres psicopatas”

Dois meses após o desaparecimento de Mota Júnior, Filomena Mota ficou a saber da morte do filho. O corpo foi encontrado já em decomposição e a mãe do rapper referiu ter sido um período “muito difícil de gerir”. “Como mãe, eu tive que ter a força do mundo. Mantive a esperança até ao último dia“.

Emocionada, a mãe de Mota Júnior desabafou: “Ele não merecia, estava tão feliz e ele achava que era esse ano que ia sair as novas músicas. Eu estou a tentar fazê-las sair, mas não é a mesma coisa”.

Sobre os autores do crime, Filomena Mota referiu: “Não sinto ódio ou raiva deles (…) Para mim são uns seres psicopatas que precisam de ser tratados e o meu receio é apresentem recurso e tiram mais alguns anos. (…) Não me parecem que sejam pessoas (…) Não posso dizer que são pessoas, porque uma pessoa não faz isso. Eles são psicopatas, no mínimo, mesmo a rapariga

Falta-me o David (…) uma parte de mim foi com ele, nunca mais fui a mesma pessoa“, disse emocionada.

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