A autora da nova novela da TVI, “Cacau”, foi desafiada a fazer um editorial sobre o futuro da ficção em Portugal. Maria João Costa acabou por fazer ainda uma comparação e falar do sucesso da Netflix.
“Nenhuma história precisa de mais de 120 episódios para ser contada. Mas se nem a TV Globo, com a estrutura que tem, e num país com mais de 200 milhões de habitantes, consegue rentabilizar novelas assim, imaginem nós, com 10 milhões de pessoas, apenas? Se a Turquia o faz, é porque tem um mercado interno altamente competitivo, com audiências que lembram as dos tempos de ouro da TV aberta“, começou por afirmar.
“Os seus 80 milhões de habitantes, e o facto de tantas mulheres continuarem a ser donas de casa, contribui para a expansão da sua indústria. Um paradoxo. Pelo que temos feito imenso com os orçamentos que temos. Verdadeiras omeletes sem ovos. Só que o desafio que agora se apresenta, é o de passar a ter de fazer omeletes sem, sequer, um fogão para cozinhar as cascas. Situação que ameaça seriamente o nosso setor artístico”, continuou.
Com inúmeros êxitos no currículo, Maria João Costa atirou: “Não é por acaso que empresas como a Netflix têm como bandeira fundamental, desde a fundação, a importância dos talentos. Sabiam que no meio da sua maior crise de sempre, a Netflix se viu obrigada a dispensar 1/3 dos seus colaboradores, para sobreviver? Imaginem quem ficou? Não os amigos, ou os mais simpáticos ou animados. Nem sequer os que lá estavam desde a origem. Apenas os mais talentosos e competentes.“.
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